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Vazamento demonstra como grandes bancos nos EUA lavam dinheiro sem serem impedidos pelo governo

Originalmente publicado por SPUTNIK

Jornalistas da BuzzFeed News compartilharam neste domingo (20) os resultados de uma longa análise de documentos secretos do governo dos EUA, os chamados Arquivos FinCEN, que compreendem milhares de “registros de atividades suspeitas” e outros documentos proporcionados por bancos à FinCEN.

O vazamento “oferece uma visão sem precedentes da corrupção financeira mundial, com os bancos a tornando possível e as agências governamentais observando como floresce”, indicam os relatórios.

Os jornalistas denunciam a lavagem de bilhões de dólares, que facilita “o trabalho de terroristas, cleptocratas e líderes do narcotráfico”.

O meio compartilhou as matérias com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que chegou a conclusões semelhantes após sua própria investigação, e com mais de 100 organizações midiáticas em 88 países.

Segundo a reportagem, nas atividades financeiras ilícitas estão envolvidos bancos como o JPMorgan Chase, HSBC, Standard Chartered, Deutsche Bank e BNY Mellon, que continuaram a mover dinheiro suspeito de crimes mesmo após serem processados ou multados.

Assim, a sucursal do HSBC em Hong Kong supostamente permitiu mover US$ 15 milhões (R$ 80,8 milhões) do esquema de pirâmide financeira WCM777 (operação fraudulenta sofisticada de investimento), que, segundo as autoridades, roubou ao menos US$ 80 milhões (R$ 431 milhões) de pequenos investidores, em sua maioria imigrantes latinos ou asiáticos.

Já a Standard Chartered tinha entre seus clientes a empresa Al Zarooni Exchange, baseada em Dubai, que foi acusada de lavar dinheiro do Talibã.

“Se permitiu que os lucros de mortíferas guerras das drogas, fortunas desviadas dos países em desenvolvimento e poupanças obtidas duramente fossem roubados em um esquema Ponzi, entrassem e saíssem destas instituições financeiras, apesar das advertências dos próprios empregados dos bancos”, salienta o BuzzFeed News.

De acordo com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que levou 16 meses para estudar os arquivos, os documentos evidenciaram transações de mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) entre 1999 e 2017, que os próprios bancos consideravam suspeitas. Em metade dos documentos analisados os bancos não tinham informação alguma sobre o que estava por trás daquelas transações.

A equipe da BuzzFeed agrega que “nas raras ocasiões” em que o governo dos EUA toma duras medidas contra os bancos, “frequentemente estas se baseiam em ajustes privados, chamados de acordos de processo judicial diferido, que incluem multas, mas não prisões de executivos de alto nível”.

Diario do Centro do Mundo

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