Lula defende pontes com evangélicos em sessão de ‘Marighella’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (03), em ato político no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, defendeu pontes com evangélicos. Ele tem buscado dialogar com o grupo para criar uma ponte para 2022, quando provavelmente estará disputando a corrida eleitoral.

Ele deu as declarações antes de exibição do filme “Marighella”, na sede da entidade, em São Bernardo do Campo. O longa de Wagner Moura tem feito muito sucesso em todo o país e foi transmitido no sindicato logo após um ato de democracia e diálogo entre políticos, artistas, trabalhadores e ativistas de diversos movimentos sociais.

O evento, que seguiu todas as regras de proteção contra a Covid-19, ficou marcado por diversas homenagens ao guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar e morreu nos anos de 1960. O ato contou com a presença de atores do longa-metragem e ainda teve a participação do filho de Marighella.

Antes do filme começar a ser exibido para o público presente no evento, o ator Henrique Vieira, que também é pastor evangélico e ex-vereador pelo PSOL, pediu a palavra. Ele fez um discurso inflamado e pediu mais atenção da esquerda com o segmento evangélico, porque é um grupo importante para a sociedade e precisa dialogar.

Lula tem conversado com diversos grupos políticos e segmentos da sociedade para criar alianças para 2022 e, caso for eleito, comandar o país com o apoio de diversas alas. O ex-presidente escutou atentamente as palavras do pastor Vieira e concordou. Tanto que pediu que esse tipo de mensagem fosse mais difundida.

“É preciso que a gente construa uma consciência. Primeiro, que os  evangélicos não são inferiores a ninguém e nenhuma outra religião. São  cidadãos humanos, brasileiros que têm o direito de professar a sua fé”,  disse.

O ex-presidente criticou “mercenários que se passam por religiosos” e  disse que o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) não crê em Deus. Ao falar em “mercenários”, Lula acrescentou: “Tem muita gente enganando os mais humildes”.

Disse também:  “Temos a obrigação de convencer a sociedade brasileira de que Bolsonaro  não crê em Deus, não acredita e não pratica nenhum ensinamento que está  na Bíblia. Ele, na verdade, é tudo o contrário”.