O caso Moïse Kabagambe

No dia 24 de janeiro deste ano, Moïse Mugenyi Kabagambe, um imigrante congolês, foi brutalmente assassinado no quiosque Tropicália, no Rio de Janeiro. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, Brendon Alexander Luz da Silva e Fábio Pirineus da Silva estavam envolvidos no crime bárbaro. O fato chocou o Brasil e o mundo.

A morte de Moïse só ganhou repercussão no dia 29 de janeiro, quando se iniciou um movimento nas redes sociais repudiando o assassinato e cobrando por justiça. Famosos, políticos, movimentos sociais, organizações ligadas aos direitos humanos e cidadãos comuns repudiaram o assassinato do congolês.

O jovem trabalhava no quiosque e foi cobrar duas diárias não pagas. Porém, os responsáveis pelo crime não gostaram da cobrança, então iniciaram a tortura, amarrando-o e depois o espancando com um taco de beisebol. Familiares dizem que os órgãos do garoto foram retirados do corpo.

Um vídeo circulou nas redes sociais e nos telejornais, mostrando a ação dos criminosos. As imagens mostram o garoto discutindo com um funcionário, que pega um pedaço de madeira após Moïse tentar pegar uma bebida do freezer. O rapaz pega uma cadeira e uma vassoura, no entanto, solta na sequência. De repente, outro homem se aproxima e começa a agressão.

Outros dois homens não identificados se juntam à violência. Ao perceberem que o jovem estava sem reação, tentaram prestar socorro, só que não tiveram sucesso. No fim do vídeo, o corpo de Moïse está sendo arrastado. O quiosque continuou funcionando normalmente.

A Polícia Civil está investigando o caso. Testemunhas prestaram esclarecimentos, confirmando que a vítima apanhou de cinco homens. Um casal que testemunhou revelou que pediram ajuda de dois guardas municipais, mas os profissionais não quiseram checar o quiosque Tropicália.

Familiares contaram aos jornalistas que foram intimidados por policiais militares nos dias 25 e 29 de janeiro. Em uma audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado, familiares e o advogado do caso afirmaram que os vídeos publicados foram editados, e que há mais pessoas envolvidas no assassinato de Moïse.

A história mexeu com todo o país. Protestos ocorreram em várias capitais do Brasil, denunciando racismo e xenofobia. Pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro também fizeram parte das manifestações. Políticos e jornalistas prometeram ficar em cima do caso para que os responsáveis sejam punidos.