Caso Monark

No dia 7 de fevereiro, Monark entrevistou os deputados federais Kim Kataguiri e Tabata Amaral. O papo girou em diversos temas, levando a discussão sobre a liberdade de expressão. O ex-apresentador do Flow demonstrou que era um defensor da “total” liberdade, sendo contra qualquer tipo de “restrição”.

Monark usou como exemplo a proibição do Partido Nazista no Brasil e em outros locais do mundo. Na avaliação dele, o país deveria legalizar o nazismo. Sua tese era que isso jogaria luz nas pessoas que defendem a ideologia, podendo fazer com que outros cidadãos combatessem o problema.

"A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião [...] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", disse o influenciador. Tabata discordou. "As pessoas não têm o direito de ser idiotas?", indagou Monark na sequência.

No Brasil, é crime fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas e itens de divulgação do nazismo, conforme o artigo 1º da Lei 7.716/89. Caso seja caracterizado o ato de divulgar ou comercializar materiais com ideologia nazista, a pena pode variar entre um a três anos de prisão e multa.

A declaração viralizou nas redes sociais. Monark foi criticado por artistas, políticos, movimentos sociais e grupos judeus. O ex-apresentador recebeu acusações e muitos espectadores do Flow passaram a cobrar os patrocinadores do podcast para tomarem alguma providência em relação ao assunto.

As empresas que tinham parcerias com o Flow soltaram notas repudiando a fala de Monark e anunciaram a saída do podcast. Com toda a pressão em cima da atração, o ex-apresentador comunicou que não faria mais parte do projeto e venderia seus 50% para o Igor, seu ex-companheiro de bancada.

"Eu queria pedir desculpas. Eu errei, a verdade é essa. Eu estava muito bêbado e fui defender uma ideia, que acontece em outros lugares do mundo, nos EUA por exemplo, mas eu fui defender essa ideia de um jeito muito burro, eu estava bêbado, eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Peço perdão pela minha insensibilidade, mas peço compreensão, são quatro horas de conversa, fui insensível, sim”, comentou.

O Flow tem feito episódios sem o Monark, mas não possui ainda patrocinadores. Além disso, precisou apagar diversas entrevistas a pedido de muitos artistas. Já o ex-apresentador relatou que fará conteúdos independentes e deu até uma entrevista ao New York Times para falar do tema.