Minha etiqueta no Facebook

Atualizado em 22 de outubro de 2012 às 8:36

O que faço, o que não faço e o que detesto que façam no FB

Temos que tirar o melhor proveito das horas que passamos no Facebook

São Paulo – Enquanto a rede de Zuckerberg reinar, preste atenção a pequenos cuidados que podem tornar seu uso mais útil.

Chegamos a outubro de 2012 e a criação de Mark Zuckerberg continua imperando. Pois baixou o ciberprofeta em mim e arrisco dizer que o Facebook pode não reinar por tanto tempo. Seus poucos serviços estão congelados. Sua miséria gráfica um dia vai cobrar a conta. Está divertido. Por enquanto. Mas na internet só sobrevive quem muda. Tantos bilhões de dólares não podem pagar algumas pessoas para criar novidades e nos atender melhor? O Facebook tem pouco mais de oito anos e já enferrujou. A aparência é a mesma, dia após dia. Aquela microscópica letrinha Arial corpo 8 me provoca náuseas. Eles não iam lançar o “e-mail para acabar com o Gmail”? Cadê?

Mas enquanto prosseguir a era do Facebook temos de tirar o melhor proveito das horas que passamos naquele imutável site azul e branco. Sou um frequentador regular. Leio mais que escrevo. E tenho algumas regras de etiqueta para participar do FB. Não estou aqui para convencer ninguém a fazer o que faço. São atitudes particulares, se alguém estiver interessado.

1. Eu naum exCrevu asim NsTa coluna e naum vo esssCReve acin no fEIcibuque. Falar é uma coisa. Escrever é outra. Não vejo razão para escrever como um semianalfabeto. Uso acentos, pontos, maiúsculas e minúsculas. É como comer com garfo e faca e não cuspir farofa. Deveria ser natural.

2. Não faço propaganda ou doutrinação política e religiosa no Facebook. Quando algum contato faz isso, oculto o post. Se insistir, sai da minha lista. Estamos num lugar público. Não entro num bar e fico berrando que vou votar em X ou Y. Nem patrulho quem discorda de mim. Gosto de um debate aberto e respeitoso. Não admito lavagem cerebral.

3. Não uso posts públicos para conversas particulares. Se quero convidar alguém para jantar ou combinar de  visitar um amigo, clico em Mensagem.Combinar encontro pelo feed do Facebook é como conversar sobre intimidades no viva-voz do escritório.

4. Não descrevo fenômenos fisiológicos pessoais. “Tô com calor agora e com preguiça de tirar o agasalho!” Qual o problema com a informação de que alguém está com coceira no dedo médio do pé esquerdo? Nenhum, para quem se interessa por esses fatos da vida. As redes sociais são instrumentos de comunicação poderosos demais. Por isso, penso bem no que escrevo. Tenho uns 1 250 seguidores no Facebook. Interessa a eles se fiz compras no mercadinho ou se estou com gases?

5. Não obrigo ninguém a saber minha opinião sobre tudo. Os julgamentos no Facebook tendem a ser extremamente superficiais. E se espalham com a velocidade com que se aperta o Enter. Uma opinião tem consequências, exige conhecimento, reflexão, objetividade. Uso o Facebook (e o Twitter) para levar possíveis leitores a um lugar (meus blogs, colunas) onde possa explicar melhor o que penso.

Óculos escuros sim, a cara do Bruce Willis não.

6. No Facebook (e em todas as redes sociais) uso minha cara e meu nome verdadeiro. Não coloco imagem do Bruce Willis nem retrato do seu Madruga. Minha cara é aquela. A foto é atual. E não assino Mussum nem PorcoSafado. Eu sou eu.

7. Fico envergonhado às vezes ao ver um post bem escrito, útil, profundo, bem documentado receber dois comentários e “5 pessoas curtiram”. Aí logo embaixo alguém escreve “Boa noiteeeee!!!!” e recebe 93 comentários e “112 pessoas curtiram”. Cada um curte o que quiser. Dou prioridade a quem tem alguma coisa boa a acrescentar na minha vida. Pois o que quero em tudo o que faço é tentar provocar algo de bom no mundo em que vivo.

Texto publicado originalmente na revista Info.

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Dagomir Marquezi é uma lenda viva do jornalismo. Talentoso e versátil como poucos, ele se locomove com proficiência não só no jornalismo, mas na literatura, nos quadrinhos, no cinema, na tevê etc. Fora do campo profissional, Dagô, como os amigos o chamam, se dedica a causas como o ambientalismo e a defesa dos animais.