A tentativa do PSDB de diplomar Aécio e não Dilma

Atualizado em 18 de dezembro de 2014 às 19:25
Aécio precisa ser informado de que perdeu
Aécio precisa ser informado de que perdeu

As pessoas se perguntavam nas redes sociais: é piada?

Mas não. Não era.

Pouco antes da diplomação de Dilma hoje, o PSDB solicitou ao TSE o seguinte. Que, em vez de Dilma, Aécio fosse diplomado.

Quer dizer: o PSDB quer cassar mais de 54 milhões de votos.

Há detalhes até engraçados. Você pode imaginar a cena: um mensageiro do PSDB vai em louca correria ao presidente do TSE para entregar-lhe o pedido e, ao chegar a seu escritório, descobre que ele já está diplomando Dilma.

Em quem teria se inspirado o PSDB? No Fluminense, que escapou da segunda divisão no ano passado graças ao tapetão de última hora?

No grande filme de Dustin Hoffman em que ele salva a amada de um casamento torto em plena igreja, quando ela, belíssima em seu vestido de noiva, estava prestes a dizer sim?

O desfecho seria perfeito, como comédia, se no momento em que Toffoli entregava o diploma a Dilma o presidente do PSDB, Aécio, irrompesse na sala e cantasse: “Por favor, pare agora. Senhor juiz, pare agora.”

O final não foi este, e sim o esperado. Dilma foi diplomada e fez um discurso em que sublinhou seu compromisso com a “justiça social”. Falou também num “grande pacto”, de todos os poderes da República, contra a corrupção.

O tempo dirá quanto ela cumprirá da agenda ampla que anunciou nesta noite da diplomação.

Só se poderá julgar o segundo mandato de Dilma com o correr dos longos dias.

Desde já, no entanto, é legítimo dizer que a tentativa do PSDB de colocar o diploma nas mãos de Aécio, e não de Dilma, é um dos capítulos mais patéticos da história política nacional.

O PSDB já não está mais se comportando como um grupo reacionário e disposto a tudo para chegar ao Planalto por quaisquer meios. Está agindo como um bando de lunáticos.