As chances de Moro como candidato à presidência. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 21 de outubro de 2016 às 7:59
Ele
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Sérgio Moro candidato à presidência em 2018, numa frente de direita?

O anti-Lula?

São perguntas que se formularão cada vez mais daqui por diante.

O fato é o seguinte. Faltam candidatos aos conservadores. Dramaticamente.

Aécio? Queimado. Queimadíssimo, aliás. A frequência com que aparece nas delações destroi a essência de seu discurso: o de que representa a moralidade. Que é um Tom Mix dando tiros na corrupção.

Isso para não falar em sua aliança com Eduardo Cunha no processo de impeachment.

Serra? Esqueça. Chance zero.

Alckmin: já era fraco quando emanava a imagem de um santo. Agora, com as merendas, cacetadas nos estudantes e coisas do gênero, seria um candidato mirim.

Nem preciso falar de Marina: ela desapareceu.

Resta quem? No capítulo da comédia, Temer.

E então chegamos a Moro.

Ele tem um público cativo entre as pessoas que bateram panelas e saíram às ruas de verde e amarelo nas manifestações pelo impeachment.

Teria, também, o apoio maciço da mídia, a começar pela Globo.

E faria o que na verdade vem fazendo há tempos com a fantasia de juiz isentão: política.

Não dá para saber se tudo que foi posto acima bastaria para fazer dele um candidato com reais chances. Moro teria que ser muito bem treinado em oratória para enfrentar Lula, por exemplo, em debates.

Mas que ele é o melhor nome da direita, disso não restam dúvidas.