Nosso crítico de música ficou ofendido com o video do pastor e deixa uma carta que espera que chegue a ele.
Vi no Diário do Centro do Mundo o vídeo de uma pregação sua em que diz Deus matou John Lennon.
Tenho o desprazer de transcrever: “John Lennon disse que os Beatles eram mais populares de Jesus (…) Deus não deixa impune uma afronta dessas (…) Tempos depois Lennon foi alvejado com três tiros (…) Se eu estivesse lá, tiraria o pano e diria ‘desculpe, John, mas este é em nome do pai, este em nome do filho e este do espírito santo’”.
Esse é aquele tipo de momento em que o filósofo dizia que chora pela humanidade. Mas não é a humanidade o problema. É você.
O sorriso de satisfação no rosto ao dizer esta desumanidade é honesto, é verdade. Mas mostra um dos traços clássicos da provável psicopatia da qual sofre. É sadicamente feliz com a morte de outro ser humano.
Ser humano este que não deixou uma mensagem que não seja de paz. Não foi perfeito, claro. Mas quem é? Se Deus é como você diz, um assassino ególatra que quando questionado não mede sua ira, de quem podemos cobrar serenidade?
John Lennon deixou uma obra artística inestimável e uma mensagem antiguerra, que será patrimônio da humanidade por toda a eternidade.
É uma mensagem que lembra, em essência, a daquele cujo nome você usa: Jesus Cristo. Basicamente, amor. All you need is love. Obviamente que você não entende essa mensagem, se fala absurdos como este sobre um humanista dos mais corajosos da história, um mártir que muito provavelmente morreu em decorrência da luta pela paz.
O seu melhor trabalho é enganar pobres seguidores, mal interpretando a Bíblia, colocando medo para que seus fiéis jamais o deixem e, sobretudo, jamais parem de pagar o dízimo. Depois disso, virou político interessado no próprio bem, provavelmente o mais contestado popularmente desde Collor.
Você não me representa, Feliciano, mas isso é o de menos. Você não representa Jesus. Você não representa Deus. Seguindo as alegorias usadas comumente, você só pode representar o Diabo.
És semeador do ódio, do sadismo, da intolerância.
És um verdadeiro risco para a humanidade.
