Como ser feliz no amor e no sexo segundo Balzac

Atualizado em 17 de fevereiro de 2015 às 2:00
O gênio
O gênio

Balzac (1799-1850) foi o romancista entre os romancistas. O maior de todos. Com sua Comédia Humana, composta de 88 volumes independentes mas entrelaçados, Balzac praticamente inventou o romance como gênero literário. Balzac foi um caso raro de trabalhador árduo entre os franceses, culturalmente acostumados a cultivar o ócio acima do trabalho, algo que encontra sua tradução imortal na expressão “joie de vivre” — alegria de viver. Balzac trabalhava 15 horas por dia, movido a café. Não era exatamente um estilo de vida saudável, e ele encontrou a morte na Paris que retratou como ninguém aos 51 anos.

O amor e o sexo estão obsessivamente presentes em Balzac. De seus escritos se pode extrair um pequeno e útil manual de conduta amorosa em 15 frases nas quais Balzac prova ser uma espécie de Buda do relacionamento entre homens e mulheres. Os sutras — sintéticos aconselhamentos — de Buda para a conquista do nirvana encontram em Balzac uma versão para a conquista do sexo perfeito.

Os 15 sutras de Balzac para homens e mulheres em busca de satisfação na relação com seus parceiros amorosos:

1) Na cama está todo o casamento.

2) No amor, é certo que se dermos demasiado não receberemos bastante. A mulher que ama mais do que é amada há de necessariamente ser tiranizada. O amor durável é o que tem sempre as forças dos dois seres em equilíbrio.

3) O homem vai da aversão ao amor. Mas, quando começou por amar e chega à aversão, nunca mais volta ao amor.

4) Ainda não foi possível decidir se a mulher é levada a tornar-se infiel mais por não conseguir se refrear do que pela liberdade que encontra para a traição.

5) Você não avalia como é perigoso para uma imaginação vívida e um coração incompreendido vislumbrar a forma etérea de uma jovem e bela mulher.

6) Numa história de amor, é preciso trair para não ser traído.

7) Numa relação amorosa, o momento em que dois corações podem entender-se é tão rápido como um relâmpago, e não volta mais, depois de ter se dissipado.

8) Quanto mais se julga, menos se ama.

9) A sorte de uma relação amorosa depende da primeira noite.

10) É uma prova de inferioridade, num homem, não saber fazer de sua mulher sua amante. Só os homens tolos julgam que se deve ter ambas separadas — a mulher e a amante. A amante e a mulher devem estar unidas num único ser sublime

11) Por que, de cada dez mulheres bonitas, há pelo menos sete que são perversas?

12) Nada é mais santo, nem mais sagrado do que o ciúme. O ciúme é a sentinela que nunca dorme: ele é para o amor o que o mal é para o homem, um verídico aviso. Quanto mais uma mulher castigar com ciúme um homem, mais ele lamberá, submisso e humilde, o bastão que ao bater-lhe lhe diz quanto ela se interessa por ele.

13) A virgindade, com todas as monstruosidades, tem riquezas especiais, grandezas absorventes. A vida, cujas forças são economizadas, toma no indivíduo virgem uma qualidade de resistência e durabilidade incalculável. O cérebro enriqueceu-se no conjunto de suas qualidades reservadas. Quando os castos precisam de seu corpo ou de sua alma, quer recorram à ação ou ao pensamento, encontram então aço em seus músculos ou ciência poderosa em sua inteligência, uma força diabólica ou a magia negra da vontade.

14) Receber olhares cheios de admiração, desejo e curiosidade é como uma flor que todas as mulheres aspiram deliciadas. Algumas mulheres cumpridoras de seus deveres, lindas e virtuosas, voltam para a casa de mau-humor quando não colhem um ramalhete de galanteios durante um passeio.

15) O homem dominado pela mulher é, com justiça, coberto pelo ridículo. A influência da mulher deve ser absolutamente secreta. Em tudo, a graça nas mulheres está no mistério.