A lista tocante que Fitzgerald fez para sua filha

Atualizado em 23 de agosto de 2013 às 9:11

Entre as recomendações, estava a de que a garota não devia se preocupar em crescer.

Fitzgerald e Scottie

 

Scott Fitzgerald é um dos maiores escritores americanos, inventor e cronista da chamada Geração Perdida – os jovens artistas que, nos anos 20, foram a Paris para escrever, pintar, esculpir e, sobretudo, viver intensamente. O Grande Gatsby e Suave é a Noite são os retrato acabado dessa época, a Era do Jazz, romances semiautobiográficos em que Fitzgerald contava suas aventuras com a mulher Zelda e os amigos.

Scott era também um alcoólatra e Zelda sofria de esquizofrenia. Ele morreu em 1940, aos 44, de ataque cardíaco causado pelas doses cavalares de gim, e ela num incêndio no sanatório em que estava internada, em 1948. Os dois tiveram uma única filha, Frances Scott Fitzgerald, apelidada Scottie. Quando ela nasceu, a mãe disse que esperava que fosse uma “linda pequena idiota” — frase que Daisy Buchanan, a heroína de Gatsby, diz sobre sua própria filha.

Scottie tornou-se uma jornalista bem sucedida e uma militante ativa do Partido Democrata. Tinha memórias afetuosas dos pais, apesar das festas insanas constantes. Numa carta de 1933, enviada a Scottie quando ela contava 11 anos, seu pai escreveu uma lista das coisas com as quais ela devia e não devia se preocupar. Meses antes, Zelda havia sido internada pela enésima vez.

É uma lista tocante, simples e rica, com a simplicidade do gênio — e sempre útil para nós, pais e filhos.

 

Coisas com as quais se preocupar:

Preocupe-se com coragem

Preocupe-se com limpeza

Preocupe-se com eficiência

Preocupe-se com equitação

Preocupe-se com …

 

Coisas com quais não se preocupar:

Não se preocupe com a opinião alheia

Não se preocupe com bonecas

Não se preocupe com o passado

Não se preocupe com o futuro

Não se preocupe em crescer

Não se preocupe com quem fica à sua frente

Não se preocupe com triunfo

Não se preocupe com o fracasso, a menos que ele aconteça por sua própria culpa

Não se preocupe com mosquitos

Não se preocupe com moscas

Não se preocupe com insetos em geral

Não se preocupe com os pais

Não se preocupe com os meninos

Não se preocupe com decepções

Não se preocupe com prazeres

Não se preocupe com satisfações

 

Coisas para pensar:

Qual é realmente o meu objetivo?

Quão boa eu sou em comparação aos meus contemporâneos com relação a:

(a) Escolaridade

(b) Eu realmente entendo as pessoas e sou capaz de me relacionar com elas?

(c) Estou tentando transformar meu corpo num instrumento útil ou estou negligenciando isso?