Dono do avião em que morreu Teori tentou trancar no STF ação por crime ambiental em Paraty. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 10 de março de 2017 às 15:53
Filgueiras, dono do Emiliano, com um vereador de Paraty
Filgueiras, dono do Emiliano (à dir.), com um vereador de Paraty

 

O bimotor em que morreu Teori Zavasck pertencia ao empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono do Emiliano, um dos primeiros hotéis butiques do Brasil, no coração da rua Oscar Freire.

Segundo o colunista Lauro Jardim, do Globo, a amizade entre eles começou num período em que Teori “passou a ir com frequência a São Paulo a partir de 2012, quando sua mulher, Maria Helena, iniciou um tratamento de câncer”.

Todas as vezes se hospedava no hotel. Ali os dois teriam se conhecido. Eram “companheiros de papo”, aponta Lauro.

O DCM apurou que Filgueiras responde a diversas ações cíveis e criminais.

Uma delas corre no RJ e teve o recurso negado no STF, com relatoria de Edson Fachin.

Filgueiras é acusado de crime ambiental na Ilha das Almas, em Paraty, onde ocorreu o acidente fatal.

Ele promoveu “ilicitamente edificação” no lugar, que “integra a Área de Preservação Ambiental (APA) Cairuçu, situada em Paraty/RJ, criada pelo Decreto Federal 89.242/83.”

Tinha uma fazenda chamada Itatinga, onde dava festas que ficaram famosas. Chegou a receber a comenda “Amigos da Marinha” num cerimonial conduzido por autoridades da corporação e por agentes da Capitania dos Portos.

Adquiriu a propriedade em agosto de 2002 de Alain Jean Costilhes, autor de livros de numismática. Tempos depois, começou a realizar obras para erguer uma mansão.

“Não bastasse, também em data incerta, mas compreendida entre o dia 28 de julho de 2008 e 27 de janeiro de 2011, os denunciados promoveram diversas edificações no local, em especial as residências de grande porte.”

Teria sido construída até uma “praia artificial”.

Imagens do Google foram usadas pelo Ministério Público. Trecho da denúncia afirma que a ilha “se tornou mais aprazível para o deleite particular”.

Teori, tão cioso da sua imagem, estava viajando no avião de alguém que está em julgamento no Supremo, rumo, ao que tudo indica, a uma propriedade no centro de um crime ambiental.

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