E Renan tira a máscara cínica de imparcialidade. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 26 de agosto de 2016 às 12:09
Ele tem lado
Ele tem lado

Renan Calheiros tirou na manhã desta quinta a máscara do homem imparcial no julgamento do Senado.

É bom em nome da verdade e da transparência.

É irritante ver uma pessoa parcial se fazendo de imparcial.

Lewandowski, o presidente do STF incumbido de comandar o julgamento, parece estar num planeta paralelo.

Renan despejou fogo sobre Gleisi Hoffmann por conta da sua já histórica frase segundo a qual o Senado não tem autoridade moral para julgar Dilma.

Lewandowski pediu que fossem ouvidas as “palavras de ponderação” de Renan.

Ponderação?

Renan invocou até o marido de Gleisi por conta de acusações da Lava Jato. E falou em “burrice infinita” dos senadores que defendem Dilma.

Ora, ora, ora.

Estamos falando do probo Renan, a quem recentemente o delator Sérgio Machado disse que deu propinas de 32 milhões de reais.

Oportunamente, Lindbergh confrontou Renan diante do microfone: “Baixaria, baixaria, baixaria.”

Piada também é a cobertura da Globonews. Seus comentaristas falam como se os defensores de Dilma no Senado devessem se comportar como gado no julgamento. Fingir que é um jogo limpo, e não imundo, e este tipo de coisa. Um golpe é dado e as vítimas devem aceitar passivamente, distribuindo beijinhos e abraços para os golpistas.

Gleisi prestou um serviço à democracia ao desmascarar com palavras claras o caráter canalha do julgamento.

Isto fica para a história.

Foi uma ação voluntária.

Involuntariamente, Renan prestou o mesmo serviço. Ao mostrar que tem um lado, e é o do golpe, ele também provou quanto é farsesco o julgamento do Senado.