Ele foi definido como aquele tiozão que bebe Antartica sozinho e pede a ponta do baseado pra fumar em casa escutando Pink Floyd. Também o chamaram de nosso Pepe Mujica. E de presidente eleito da zoeira.
Eduardo Jorge, do PV, foi a quase sensação um debate modorrento, com um ou outro bom momento. Quando o velho reaça Boris Casoy, o homem que já quis saber se FHC acreditava em Deus, faz uma pergunta sobre o “fator previdenciário”, a coisa está perdida.
Se os três primeiros colocados na corrida eram o que se esperava, Jorge, com o descompromisso de quem tem menos de 1% nas pesquisas, tocou em assuntos tabus e que são evitados como o diabo pelos grandes.
Falou na legalização do aborto, defendeu a das drogas. “A legislação [do aborto] é cruel. Ela coloca 800 mil mulheres à própria sorte, procurando clínicas clandestinas e morrendo ou ficando com sequelas”, afirmou. Teatral, levantava as mãos para o céu, como que evocando Odin ou o fantasma do fundador do PV.
Num formato engessado, em que os candidatos se interrompiam abruptamente quando o tempo encerrava e uma luz acendia, feito ratos de laboratório, Jorge pôde atuar com, digamos, desenvoltura. Não foi tão bom quanto o Brizola que gritava “filhote da Ditadura” ou o Maluf que levava pilhas de documentos de 5 metros de altura, mas, naquela conjuntura, brilhou com sua pantomima. Um Plínio melhorado.
Provavelmente desde os 9 anos Marina Silva não era chamada de “magrinha”. O olhar de Marina, sempre voltado para as grandes questões da existência — dormirá ela com a responsabilidade de salvar o mundo? Será ela capaz de rir de alguma piada? –, oscilou entre a surpresa e o desprezo. Jorge saiu sambando, quase pedindo mais uma cerveja.
Formado no Partido Comunista de João Pessoa, foi preso e processado entre 1969 e 1974. Foi deputado estadual e federal pelo PT durante vinte anos, de 1983 a 2003. Ocupou o cargo de secretário de Saúde até se desentender com Marta Suplicy. Acusou a prefeita de ceder a pressões de vereadores pela distribuição de cargos nas coordenadorias das subprefeituras.
No encontro da Band, teve uma exposição enorme, virou meme, herói das redes sociais e conquistou alguns votos de protesto. “Paz e amor não querem dizer covardia. Paz e amor são as ideias de gente como John Lennon. E o PV é revolucionário em vários aspectos, com uma cultura de paz transformando a cultura de guerra”, falou em suas considerações finais.
É o cara. Pelo menos para animar reuniões chatas.
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