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Acusados da Lava Jato não têm luxo, diz advogada que atende do PCC aos alvos da operação

Reportagem de Amanda Audi no site Poder360 de Fernando Rodrigues.

A advogada Isabel Kugler Mendes, conhecida como “mãe dos presos”, lida diariamente com todos os tipos de presos, da Lava Jato aos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital). O contato diário ilustra a diferença de tratamento entre os reclusos “ilustres” e os comuns. “A vida deles não é luxuosa, mas acaba sendo privilegiada porque não sofrem com superlotação”, diz.

A diferença entre as duas realidades –dos presos da Lava Jato e os demais– se deve, segundo ela, à condição econômica dos primeiros, que podem pagar advogado e exigem condições dignas. “Pelo menos 85% da população carcerária não tem defensor, ninguém que os defenda, e criam 1 Estado paralelo dominado por facções”, diz.

Para Mendes, que atua há 15 anos no sistema penitenciário, a única forma de resolver o barril de pólvora é revendo condenações e aplicando penas alternativas para liberar presídios superlotados e dominados por facções criminosas.

A advogada, de 80 anos, costuma ser chamada de “mãe” pelos presos. Mendes é presidente do Conselho da Comunidade de Curitiba, órgão que fiscaliza penitenciárias e delegacias da região. Seu método de trabalho, que já foi compartilhado com 9 Estados, ficou conhecido pelos casos de sucesso: implantou 29 programas para manter ex-detentos longe do crime, como cursos profissionalizantes e vagas de emprego.

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Isabel Kugler Mendes, 80 anos, é presidente do Conselho da Comunidade de Curitiba. Foto: Reprodução/Conselho da Comunidade CWB