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Após chamar manifestantes de “fascistas” e “psicóticos” e de a PM atender, Folha pede fim de confronto

Três dias depois de um editorial classificando os manifestantes do “Fora Temer” como “soldados da arruaça”, “extremistas”, “psicóticos”, “simplórios” e “fascistas”, o jornal volta à carga — agora pedindo “Basta de Confronto”. Esquizofrenia ou simples canalhice?

Mais uma vez terminou de forma violenta uma manifestação contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e o governo de Michel Temer (PMDB). Urge pôr fim a esse roteiro deplorável, e a Polícia Militar paulista necessita preparar-se melhor para lidar com esses confrontos –a começar pela obrigação óbvia de não iniciá-los.

O art. 5º da Constituição é cristalino ao vedar tal possibilidade: “Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

Não têm faltado provocadores em vários desses protestos, por certo, que a eles comparecem com o claro propósito de praticar atos de vandalismo e depredação. Cabe aos policiais militares, nesses casos, e só nesses casos, agir de modo firme para impedir os atos violentos e providenciar para que seus autores sejam processados.

A atuação profissional da PM em situações como essas implica lançar mão de meios adequados e proporcionais à violência que tem por dever reprimir. Vários relatos de pessoas presentes à última manifestação paulistana —manifestantes, transeuntes, jornalistas—, contudo, indicam que os policiais exorbitaram tais limites no domingo, se é que não atuaram como os reais desencadeadores do conflito.