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Astra pagou, no mínimo, US$ 360 milhões por Pasadena, diz presidenta da Petrobras

A refinaria de Pasadena, no Texas, envolvida numa polêmica relacionada aos valores pagos pela Petrobras, deu lucro no primeiro trimestre deste ano, após a companhia realizar uma baixa contábil de 530 milhões de dólares.

“Temos uma refinaria que opera com segurança hoje. Temos uma refinaria que no mês de janeiro, no mês de fevereiro deste ano e de março deste ano deu resultado positivo”, disse a presidente da Petrobras, Graça Foster, em audiência no Senado, em Brasília.

A executiva afirmou que a Petrobras desembolsou, no total, 1,25 bilhão de dólares pela refinaria, desde o acordo inicial com a belga Astra até o conturbado fechamento da compra, que envolveu questionamentos em câmaras de arbitragem nos EUA.

“Assim, o negócio originalmente concebido transformou-se num empreendimento de baixo retorno sobre capital investido”, disse ela.

A Petrobras reconheceu baixas contábeis de 530 milhões de dólares relacionadas a ajustes no valor percebido da refinaria, disse Graça Foster.

“A partir daí, temos um ativo de qualidade, para o que propõe hoje.”

Ela disse que, a partir de 2012, Pasadena recuperou margens de lucro no refino, mesmo sem recuperar os excelentes patamares da época do acordo inicial, em 2006.

Graça criticou o resumo executivo apresentado pelo então diretor da área internacional da Petrobras ao conselho de administração da estatal, presidido na época por Dilma.

“Esse foi um resumo executivo sem citação a duas cláusulas contratuais completamente importantes. O valor autorizado pelo conselho [para a transação] foi de US$ 359,2 milhões. Quando fazemos uma apresentação ao conselho de administração e tratamos o resumo executivo, ele deve conter todas as informações necessárias e suficientes para a devida avaliação do que se pretende fazer. Além disso é obrigação de quem leva para a diretoria apontar os pontos fracos e frágeis. Não existe operação 100% segura, imagino que em nenhuma atividade comercial e certamente não existe na indústria de petróleo e gás”, afirmou.

Ela, porém, voltou a defender que, naquele contexto, a aquisição da refinaria, feita em 2006, era vantajosa. “No ano de 2004 nós não tínhamos o pré-sal, não tínhamos o pós-sal e não tínhamos a previsão de aumentar o parque de refino do Brasil. A orientação dada pelo conselho de administração foi que ampliássemos as atividades de refino fora do Brasil”, disse.

No depoimento, Graça relativizou o preço pago por Pasadena, comparando o valor total investido, de US$ 1,25 bilhão, com aquisições similares de outras refinarias no exterior.

Em relação ao valor pago pela companhia belga Astra pela refinaria, ela disse que foi, no mínimo, US$ 360 milhões, e não US$ 42,5 milhões. O montante, segundo ela, constará no relatório final da investigação que está sendo feita pela Petrobras sobre a compra da refinaria norte-americana.

“Já temos absoluta convicção de que não foram pagos US$ 42,5 milhões pela Astra [na compra da refinaria]. No mínimo foram US$ 360 milhões. Temos uma série de evidências contábeis nos balancetes, claramente registradas de que a Astra pagou à Crown muito mais do que US$ 42,5 milhões”, disse Foster.

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