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China ensaia papel de mediador no Oriente Médio

Tradicionalmente, diplomatas dos Estados Unidos, dos países árabes e da União Europeia tentam mediar o conflito de décadas entre Israel e os palestinos. Mas quem também anda viajando pela região é o enviado especial chinês, Wu Sike, um nome desconhecido em gande parte do Ocidente. Ele já esteve na Arábia Saudita, no Catar, na Jordânia, no Egito, nos territórios palestinos e em Israel, não só representando os interesses econômicos chineses, mas também agindo como mediador entre Israel e o Hamas.

O porta-voz do Ministério do Exterior da China, Hong Lei, e o representante chinês nas Nações Unidas, Liu Jieyi, comentaram o conflito e apelaram às duas partes para porem fim à violência. Liu pediu a retirada das tropas de combate de Israel e o fim do bloqueio à Gaza, para que ajuda humanitária possa chegar às vítimas. “Vítimas civis inocentes são inaceitáveis”, afirmou. Ele defende um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital, dentro das fronteiras de 1967.

O pesquisador Moritz Rudolf, do Instituto Mercator de Estudos sobre a China, vê com bons olhos a iniciativa dos chineses. “Com a China, pode entrar em atuação um outro agente, além dos países árabes, da Europa e dos EUA, que, na comparação com os outros, pode ser percebido como um mediador confiável”, avalia o especialista.

Ele argumenta que isso é possível porque a China abandonou sua postura pró-Palestina, que manteve desde os anos 80, em favor de uma posição mais neutra. Desde 1992, há oficialmente relações diplomáticas entre Israel e China.

Em 2006, a China reconheceu a vitória eleitoral do Hamas na Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, intensificou seus laços econômicos com Israel. “A China é hoje um dos parceiros comerciais mais importantes para Israel. O país é tido, por exemplo, como um dos maiores produtores de mercadorias kosher. Para a China, por sua vez, Israel é importante principalmente como fornecedor de alta tecnologia, especialmente tecnologia militar.”

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