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Ciro Gomes sobre chapa com Lula: “Não serei vice de ninguém”

De Ciro Gomes, em entrevista à Folha:

Folha – Em outubro, o sr. disse que Lula brincou de Deus e se queimou. Ele seria seu maior rival?
Ciro Gomes – Temos longa história de parcerias e diferenças. Votei nele em 1989 [no segundo turno], 2002 e 2006. Na Dilma em 2010 e 2014. Entretanto, acho que nesse momento a candidatura do Lula desserve a ele e ao país. Na melhor das hipóteses, ganha e projeta essa confrontação odienta que está rachando o país. Mas a probabilidade de polarizar e perder é muito alta.

É hora do PT apoiá-lo?
A natureza do PT, e é legítimo isso, é ter candidato próprio. Talvez o ideal fosse apresentar uma nova liderança.

Em 2008, a Folha o questionou se aceitaria ser vice de Lula. O sr. respondeu: “Admito ser qualquer coisa. Não fui ministro com a maior honra?”
Serei bastante categórico: não serei vice de ninguém.

Em vídeo, o sr. aparece dizendo que ele é “um merda” que não é “inocente de nada”.
As pessoas editam. Falaram: “Você é um aliado do Lula, o Lula é um merda”. Eu disse: “O Lula é um merda, mas tem direito a presunção de inocência”. É totalmente o oposto do que pareceu [no vídeo, um manifestante questiona: “Onde é que na história está escrito que o Lula é inocente, doutor?” Ciro: “Inocente nada, o Lula é um merda”].

Marina Silva é a única, em Datafolha de dezembro, que venceria Lula no segundo turno.
Veja, Marina é uma boa pessoa. Mas não tem visão administrativa. Hostiliza, no simbólico, o agronegócio, a mineração. Evidentemente nada autoriza nenhum deles a nenhum tipo de abuso. Mas o descuido da Marina com a vida real faz com que ela apresente, como sua única proposta que conheço concreta, uma aberração, que é a independência do Banco Central.

Bolsonaro tem 9% das intenções de voto, quase o dobro do que o sr. registra [5%].
Há um pensamento que se representa no que Bolsonaro diz, e que tem direito de se expressar. E taticamente ele presta ao país um serviço, pois esse eleitorado do antipetismo se concentrava todo no PSDB.

(…)