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Com falta de seringa, diabéticos estão sendo orientados a ‘reutilizar’ material

Do G1:

Há dez anos, a aposentada Adeilda Barbosa utiliza duas seringas por dia para tratar a diabetes com insulina. Nesse mês, no entanto, recebeu apenas 30. “Pensei que teve algum erro”, conta.

Mas, ao contrário do que pensou Adeilda, não houve engano algum. Quando voltou ao serviço de saúde na semana seguinte, ela foi orientada a reutilizar o material.

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Ministério da Saúde prevê reutilização

Segundo caderno de educação básica do Ministério da Saúde, apesar dos fabricantes das seringas não recomendarem a reutilização, a bibliografia internacional considera seguro o reúso limitado do conjunto seringa-agulha.

Com base nisso, o Ministério considera adequada até oito aplicações de uma mesma seringa pela mesma pessoa.

Já uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), inclui agulhas com componentes plásticos não desmontáveis na lista de produtos médicos que não podem ser reutilizados.

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Para especialistas, reutilização traz riscos

Segundo Júlia Kenj, consultora da Sociedade Brasileira de Diabetes, o risco do paciente ter um processo infeccioso ou inflamatório com a reutilização existe.

“O fabricante diz que é uso único e ele nao te dá a garantia que, ao reutilizar, não há risco.”

Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes, e médico endocrinologista diz que a orientação sem dúvida alguma é descartar a seringa.

“Primeiro, há risco de infecção do local da aplicação, que fica vermelho e infectado”, diz. “Segundo, pode ocorrer a contaminaçao do frasco quando se vai retirar a insulina”, detalha.