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Como Temer apelou para a Globo para desfazer uma asneira que cometeu

Acostumado aos rapapés, Michel Temer deu entrevista a um grupo de jornalistas sérios – Marcelo Beraba, Tania Monteiro e Vera Rosa. Pressionado, Temer dexou escapar essa pérola do fisiologismo: “A bancada do PMDB de Minas está acertando com Furnas. Vou devolver a estatal a eles. Furnas pode ser mais expressiva politicamente do que o Turismo. Tem Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu… ”

Disse ainda que quer acabar (desidratar nas palavras dele) com o Centrão e que o Palácio do Planalto interferiu para impedir a candidatura de Marcelo Castro, porque na sua avaliação napoleônica “se o Planalto fosse derrotado seria negativo para o governo e para o país”.

E o que você faz quando comete um sincerídio desses? Ora, apela para a Globo. Às 9h04 da manhã, o presidente já havia ligado para Andreia Sadi (quem mais?) e montando uma operação para reverter a repercussão. Escreveu ela no seu Twitter: “Temer rejeita a ideia de que quer desidratar o central, no sentido de escantear o grupo”, garantiu a repórter-release, que de porta-voz de Cunha agora se posiciona para ser porta-voz de Temer.

E dá-lhe o dia todo de Globonews repercutindo a tal “entrevista exclusiva por telefone”, sem nenhuma palavrinha sobre o uso de Furnas e de outras estatais como moedas de troca. Tanto sabujismo gerou uma ironia: na entrevista de verdade para o Estadão, a entrevista está gravada em vídeo. No release da Globonews, não há nem áudio.