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Cunha ignora pedido da PF desde outubro e nada acontece

Do Globo:

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi oficiado pela Polícia Federal (PF) para contribuir em investigação sobre supostas irregularidades em um comitê do Congresso e, três meses depois de receber o ofício, não o havia remetido ao colegiado. A PF enviou o ofício em 1º de outubro, pedindo “o nome dos parlamentares, assessores, além dos funcionários, que integraram a Comissão de Obras Irregulares (COI) entre 2011 e 2015, bem como os dados funcionais de todos”. A diligência integra um dos inquéritos da Lava-Jato em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), sem relação com os procedimentos abertos para investigar Cunha.

O GLOBO mostrou em reportagem publicada em 5 de janeiro que um inquérito da Lava-Jato investiga a atuação de parlamentares do Comitê de Obras Irregulares do Congresso, vinculado à Comissão Mista de Orçamento (CMO). A suspeita é que empreiteiras possam ter sido favorecidas na fase de elaboração da lista de obras do governo federal, que contém indícios de irregularidades graves, uma atribuição da COI.

Na ocasião, o jornal questionou Cunha sobre recebimento de ofício da PF. O deputado respondeu que o pedido poderia ter sido “direcionado ou devolvido”, pois a CMO é um órgão colegiado do Congresso, não da Câmara. “É óbvio que não é competência nossa”, respondeu Cunha por mensagem de celular. A CMO afirmou à reportagem naquele momento não ter recebido o ofício. O documento anexado ao inquérito, que deixou de ser oculto, mostra que o destinatário foi Eduardo Cosentino Cunha, presidente da Câmara.