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Cunha se recusa a falar ‘uma palavra’ sobre contas para a Folha

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Da Folha:

Sob fogo cruzado depois da revelação de que mantém contas bancárias secretas na Suiça, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), diz que seu direito de defesa está sendo atropelado e refuta a hipótese de deixar o cargo.

“Esquece, eu não vou renunciar”, afirmou à Folha.

O peemedebista diz achar “engraçado” que parlamentares que “pedem o benefício da dúvida para eles” agora tentem afastá-lo da presidência da Câmara. “Isso é fascismo”, diz o deputado.

Nesta quinta-feira (8), ele recebeu a Folha para uma entrevista em seu gabinete. A seguir, um trecho:

Folha – O senhor tem ou já manteve contas na Suíça?

Eduardo Cunha – Sobre esse assunto eu não vou falar.

É que, se o senhor não fala…

Eu divulguei uma nota oficial em que reiterei o meu depoimento à CPI da Petrobras. Ponto. [Cunha afirmou na comissão, em março, que não tem contas no exterior].

Então o senhor está dizendo que as contas não são suas?

O meu depoimento está lá, eu reitero o meu depoimento.

E o senhor tem empresas offshore que seriam as titulares e controlariam essas contas?

Eu não vou cair na armadilha de alimentar essa discussão. Eu não vou tratar de especulações. A cada dia aparece uma história diferente. Eu estou sendo execrado por uma divulgação seletiva, vazada de forma criminosa, para tentar me constranger, como sempre. Meu advogado não quer que eu fale. Quando tivermos conhecimento dos fatos, ele falará por mim.

Mas o senhor não pode nem ao menos falar “sim” ou “não” sobre as contas?

Não vou falar uma palavra.

O senhor está confiante de que segue na presidência da Câmara dos Deputados até o fim de seu mandato?

O meu mandato só pode ser alterado se eu renunciar. E eu não vou renunciar. Não existe impeachment de presidente da Câmara. Aqui [um afastamento] é só sob meu juízo próprio. E eu vou persistir.

Ainda que o STF aceite denúncia que o Ministério Público apresentou contra o senhor?

Esquece, eu não vou renunciar. Eu já fui réu. Um ano depois, fui inocentado por unanimidade. Eu tenho direito à presunção da inocência, ela tem que valer para todos.

(…)