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De Miss América a ‘1.a Dama’: a trajetória de Cláudia Cruz

Da folha:

Cláudia Cordeiro Cruz comemorou seu 48º aniversário na residência oficial da presidência da Câmara dos Deputados, uma mansão de 800 metros quadrados à beira do Lago Sul, endereço nobre de Brasília. Foi um almoço para um grupo de amigas numa tarde de junho deste ano.

Na estante da sala de estar, entre fotos de família, se destacava um porta-retratos com a imagem do marido, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em êxtase, cercado por aliados após o anúncio de sua vitória à presidência da Casa.

A euforia daquele 1º de fevereiro de 2015 contrasta com as agruras atuais do casal. Os dois são apontados pela Procuradoria Geral da República como beneficiários de contas na Suíça que totalizam US$ 5 milhões.

Cláudia, que já foi miss, apresentadora de telejornais e dona de loja, foi indiciada em inquérito que está no Supremo Tribunal Federal. O próprio Cunha admitiu que parte da movimentação na conta da mulher pode ser considerada “rendimento não declarado”.

A divulgação de suas finanças, que descrevem gasto de US$ 535 mil com cartão de crédito em dois anos, reduziu sua agenda social.

No Rio, ela frequentava inaugurações de lojas e lançamentos de coleções de roupas. Uma das amigas mais próximas é Priscila Szafir, dona da marca de joias Pricci.

Em Brasília, seu círculo inclui Caroline e Verônica, mulheres dos senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima e a empresária Cleuza Ferreira, dona da Magrella, espécie de Daslu do Distrito Federal.

Cláudia tem como hobby a pintura. Seus quadros abstratos decoram atualmente a residência oficial da Câmara.

A grife Louis Vuitton é uma de suas favoritas, informou a colunista social Lu Lacerda, do portal iG, em setembro de 2012, quando a “primeira-dama” da Câmara esteve no shopping Fashion Mall, no Rio, usando xale, bolsa e cinto da marca francesa.

Em setembro, ela foi à feira Art Rio usando chaveiro da marca Fendi com um boneco do estilista alemão Karl Lagerfeld que custa R$ 3.440.

Seu guarda-roupas também inclui itens das marcas Prada, Hermès, Dolce & Gabanna, Fendi e Chanel.

“Ela é nova na alta sociedade carioca. Está emergindo. É uma boa compradora porque ainda está se equipando”, disse organizadora de eventos de joalheria no Rio, que pediu anonimato.

A história do casal começou na década de 1990. Apresentadora da TV Globo, ela foi contratada pela Telerj, sob a presidência de Cunha, para ser a voz das mensagens automáticas da companhia.

Cláudia apresentava o “Fantástico” quando soube que estava grávida, em dezembro de 1996, após assumir publicamente a relação com Cunha. Na gestação, foi para a bancada do “RJTV”.

Ela já tinha uma filha do relacionamento com o ex-diretor da TV Globo Carlos Amorim. Cunha possuía outros três filhos.

De acordo com colegas da época, Cláudia passou a usar mais joias e contar com motorista particular após o relacionamento com Cunha.

Em abril de 2000, no “RJTV”, Cláudia noticiou a demissão do marido da presidência da Companhia Estadual de Habitação por suspeitas de fraudes em licitações.

Em 2001, ela deixou a emissora e a processou. Contratada através de sua empresa, a C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, alegou terceirização ilegal. Em 2010, fechou acordo com a emissora, no qual recebeu R$ 3,4 milhões em valores brutos.

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Cláudia cresceu na Tijuca (zona norte). Estudou no Instituto Superior de Educação do Rio, onde concluiu em 1984 curso de preparação de professores.

Um ano depois, venceu o concurso Miss América Futebol Clube. O título a levou à disputa do Miss Rio, transmitido pelo SBT e apresentado por Sílvio Santos. Desfilou de biquíni, roupa de gala e traje típico. Ficou em segundo.

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