Delcídio diz que se reuniu com filho de Cerveró por “questão humanitária”
Do Valor:
Preso por suspeita de obstrução à Operação Lava-Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) declarou à Polícia Federal ontem, quinta-feira, que por uma “questão humanitária” e para “dar uma palavra de conforto” manteve reuniões com o filho do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo, mas negou ter cometido irregularidades ou tentado prejudicar a investigação.
As informações foram prestadas pelo advogado de Delcídio, Maurício Silva Leite.
Delcídio foi preso depois que Bernardo entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) a gravação de uma conversa na qual o parlamentar discute influência política sobre ministros do STF para tentar libertar Cerveró e um plano de fuga para o Paraguai e Europa.
O ex-diretor da Petrobras está preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba e fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no qual fez acusações contra Delcídio.
A conversa entre o filho de Cerveró, um advogado dele, Edson Ribeiro, e Delcídio ocorreu no início de novembro, no momento em que a delação estava sendo negociada com o Ministério Público.
No depoimento à PF, que durou cerca de quatro horas e foi prestado a dois procuradores da República e um delegado federal na Superintendência da PF em Brasília, o parlamentar disse que foi procurado pelo filho de Cerveró para que “intercedesse” em habeas corpus impetrados em tribunais superiores em favor de seu pai.
Delcídio disse que anotou os pedidos e prometeu “encaminhá-los”, mas afirmou que “jamais” discutiu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) o andamento dos processos relativos a Cerveró.