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“Democracia requer que os participantes sigam as regras do jogo”, diz brasilianista

Da BBC:

O analista Peter Hakim, presidente emérito do instituto de análise política Inter-American Dialogue, em Washington, (…) ressalta que as denúncias de corrupção não se restringem ao partido no governo.

“Os escândalos envolvem grandes segmentos do setor privado e muitos partidos políticos. E há toda uma história de impunidade no Brasil. Se livrar da presidente não vai resolver nenhum desses problemas.”

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Hakim critica a ideia de que é aceitável substituir um presidente simplesmente porque os eventos não estão tomando o curso desejado.

“Você vê protestos nas ruas, não para mudar políticas, mas para mudar líderes, isso não serve às regras. A democracia requer que os participantes sigam as regras do jogo. Se há ofensa passível de impeachment, que haja o impeachment. Mas se não há…”, afirma.

O analista observa que, apesar de difícil, sua situação não é sem precedentes, e traça comparações com presidentes americanos.

Hakim lembra que os Estados Unidos tiveram alguns presidentes “bem ruins”, e considera o fato de todos (com exceção de Richard Nixon, que renunciou em meio ao escândalo de Watergate) terem terminado seus mandatos “uma das grandes forças da democracia americana”.

O analista do Inter-American Dialogue observa ainda que vários países têm presidentes enfraquecidos, sem que se pense em renúncia.

“Se há conduta criminosa, é outra coisa. Mas se é uma questão política, me surpreenderia (uma renúncia), não é algo que ocorra com frequência em países com sistema presidencial, porque seria uma demonstração de extrema fraqueza”, salienta.

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