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Dilma faz ofensiva para resgatar apoio à Copa

A ofensiva publicitária do governo para resgatar o apoio popular à Copa do Mundo deve começar em 27 de abril, 46 dias antes do início do evento. A campanha, que deve ficar sob a responsabilidade das agências Giovanni, Nova SB e Propeg, foi reformulada nas últimas semanas a pedido da Secretaria de Comunicação Social do governo.

Planejada depois dos protestos de junho de 2013 e inicialmente prevista para ser lançada em janeiro, a campanha passou por questionamentos de integrantes do governo e de pessoas influentes na campanha à reeleição, como o marqueteiro João Santana, que duvidavam dos benefícios da associação da presidente Dilma Rousseff com uma Copa tão contestada por manifestações e pesquisas de opinião.

O aprofundamento da discussão no governo levou à decisão de fazer uma campanha em que, além de explorar o clima de torcida e ufanismo pelo sexto título, as peças publicitárias também justifiquem as obras realizadas em função da Copa como “um legado para o futuro”. O governo decidiu enfrentar a campanha negativa em torno dos altos investimentos nos 12 estádios e das obras inconclusas em seis dos oito aeroportos administrados pela Infraero (Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador).

A campanha é aguardada com expectativa na Esplanada dos Ministérios. De acordo com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o governo deixou a Copa “indefesa” durante vários meses de noticiário negativo sobre a sua organização. “Havia uma campanha contra a Copa e não houve uma contracampanha. Ficou claro que organizá-la bem não era suficiente e agora há um certo esforço, que talvez neutralize essa ofensiva. É preciso uma ação e vamos fazê-la. Mas a melhor defesa da Copa será a própria Copa”, disse, em entrevista ao Valor. Rebelo foi um dos ministros consultados sobre a campanha, que aguarda a aprovação de Dilma.

Uma fonte próxima à organização do torneio diz que a campanha será bem distinta daquela que se viu na Copa das Confederações. Naquele torneio, a campanha saiu 15 dias antes da abertura. Era lúdica, não falava de legado nem de empregos criados. “Com os protestos, o Palácio do Planalto acordou, passou a ter reuniões semanais coordenadas pela Casa Civil e desde a Copa das Confederações faz pesquisas periódicas para acompanhar o clima da população”, diz a fonte.

A percepção popular negativa sobre o evento já está medida em pesquisas de opinião. No Datafolha divulgado em 8 de abril, menos da metade (48%) dos entrevistados se dizia favorável à realização da Copa no Brasil. É o menor patamar desde que a pesquisa começou a ser feita. Em novembro de 2008, 79% aprovavam a Copa no Brasil. Em junho de 2013, no auge dos protestos, a parcela de aprovação já tinha caído para 65%.

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