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Em Auschwitz, papa pede que Deus perdoe tanta crueldade

Da Reuters:

 

Encurvado sobre um banco perto do portão do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, o papa Francisco rezou em silêncio nesta sexta-feira em homenagem a 1,5 milhão de pessoas que morreram em câmaras de gás durante a ofensiva nazista na Segunda Guerra Mundial.

Marcando o terceiro dia de sua viagem à Polônia para uma reunião internacional da juventude católica, Francisco passou alguns minutos conversando e trocando presentes com cerca de 12 sobreviventes de Auschwitz, incluindo uma mulher de 101 anos.

Um dos sobreviventes deu ao papa uma foto dele mesmo cercado por outros presos em uma cela e pediu para que Francisco a assinasse. O papa deu um beijo em cada sobrevivente.

O pontífice de 79 anos, nascido na Argentina, não fez pronunciamentos ao andar pelos escuros corredores do bloco 11 do campo de concentração, o qual abrigava prisioneiros selecionados para punições especiais.

Antes de sua viagem, Francisco disse ter decidido que fazer silêncio nas preces era a melhor maneira de homenagear aqueles que morreram.

Com auxiliares segurando lanternas para iluminar seu caminho, Francisco visitou a cela subterrânea onde o monge franciscano Maksymilian Kolbe foi morto após oferecer sua vida para salvar um polonês, o qual seus captores haviam selecionado para morrer de fome.

No livro comemorativo de Auschwitz, Francisco escreveu em espanhol: “Deus, tenha piedade de seu povo. Deus, perdoe tanta crueldade.”

A ocupação alemã criou o campo Auschwitz-Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial em Oswiecim, que fica a cerca de 70 quilômetros da segunda maior cidade da Polônia, Cracóvia, no sul do país.

Entre 1940 e 1945, Auschwitz desenvolveu-se em uma vasto complexo de barracões, estações de trabalho forçado, câmaras de gás e crematórios.  Em 29 de julho de 1941, o diretor do campo, em represália pela fuga de um prisioneiro, escolheu 10 outros e sentenciou-os à morte por fome.

Quando a seleção foi completada, Kolbe voluntariou-se para morrer no lugar de um deles, Franciszek Gajowniczek. Kolbe foi depois morto por injeção legal, mas o homem que ele salvou sobreviveu à guerra. Ele foi beatificado em 1982 pelo então papa João Paulo II, um polonês.