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Em encontro com empresários promovido por João Doria, Cunha diz que “fala demais”

Do Uol:

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se colocou à disposição para responder a qualquer pergunta em almoço com líderes empresariais em São Paulo. Cunha demonstrou confiança e disse, sem citar a Lava Jato, que não se intimidará por “acusações falsas”. “A história não reserva lugar aos covardes. Covardia não faz parte do meu vocabulário”, disse.

Ele é acusado pelo empresário Julio Camargo de lhe pedir pessoalmente o pagamento de US$ 5 milhões em propina durante um encontro que, segundo o delator, eles tiveram no Rio de Janeiro com a presença de Fernando Baiano.

No evento, ele atacou o PT: “A impopularidade do PT consegue ser maior do que a da própria presidente”, afirmou. “A maioria no partido hoje tem opinião contrária à aliança”, disse Cunha, que lembrou ainda que ele próprio votou a favor da aliança em 2014 e que não tentou convencer companheiros de partido a também romperem com o governo, como ele fez. “Não telefonei a um integrante do partido pedindo que me acompanhasse no rompimento.”

Fazendo uma análise aos empresários, Cunha recapitulou sua crise com o governo e disse que “sem hegemonia eleitoral não se consegue hegemonia política”. Sobre o resultado das eleições de 2014, com uma margem de diferença pequena entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), o peemedebista disse que o resultado apertado, que não garantiu a hegemonia ao governo, apenas “foi uma vitória”, sem ter trazido hegemonia.

Cunha acusou ainda o governo de “estimular a criação de partidos artificiais para tumultuar”, em referência ao apoio de setores do governo à recriação do PL com o auxílio do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD).

Ele disse que o governo também precisa dizer onde quer chegar após o ajuste fiscal, que classificou de “pífio”. “Você tem que dizer à sociedade o que vem depois do sacrifício”, afirmou. Cunha ainda negou ser candidato a algum posto nas eleições de 2016 ou 2018.