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Empreiteiras registraram em ata propina paga a Aécio Neves, diz delator

 

Do Poder360

O ex-superintendente da Odebrecht em Minas Gerais Sérgio Luiz Neves afirmou em depoimento à Polícia Federal que em reunião do consórcio responsável pela construção da Cidade Administrativa –sede do governo de Minas Gerais– os executivos registraram em ata de forma cifrada o valor que seria destinado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) a título de propina. A reunião foi realizada em 16 de abril de 2008.

 “Explicando a informação, “29” se refere ao valor aproximado total que seria pago como propina a Aécio via Oswaldo, equivalente a 3% sobre o valor total dos três lotes somados do empreendimento. Neste item também é definido que a operacionalização do compromisso de pagamento mensal fosse revezado entre as consorciadas, ficando então um compromisso trimestral de cada consorciada (já tendo a Odebrecht realizado o primeiro pagamento)”, disse Sérgio Luiz Neves.

Aécio nega irregularidades. Afirma que a construção da Cidade Administrativa se deu dentro da mais absoluta legalidade, tendo sido acompanhada pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. Leia nota ao final desta reportagem.

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O senador tucano também compareceu ao edifício sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento no inquérito em 22 de junho. Ficou em silêncio por orientação da defesa, que alegou não ter tido acesso aos depoimentos dos colaboradores até aquela data.

A citação a ‘Oswaldo’ é uma referência ao ex-presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) Oswaldo Borges, apontado pelos delatores como intermediário nos pagamentos de propina ao congressista. Ele também prestou depoimento à PF. Negou envolvimento no caso.

O termo do depoimento de Sérgio Luiz Neves foi anexado ao inquérito que investiga o tucano por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e cartel. O documento tornou-se público na 3ª feira (2.ago.2017). O executivo falou à PF em 27 de junho.

Aécio é investigado por supostamente organizar esquema para fraudar processos licitatórios, mediante organização de 1 cartel de empreiteiras na construção da Cidade Administrativa. Ele teria recebido propina de 3% sobre o valor total da obra, de acordo com os delatores. O senador nega participação nas irregularidades.