Encerramento de exposição no Santander por pressão do MBL é matéria do Washington Post
O Washington Post repercutiu o encerramento antecipado da exposição Queermuseu no Santander Cultural, em Porto Alegre:
Uma exposição de arte sobre diversidade de gênero foi cancelada no Brasil em resposta a uma campanha de mídia social de grupos conservadores que acusaram a mostra e o banco patrocinador de promover blasfêmia, pedofilia e bestialidade.
Entre as obras de arte criticadas estão uma caixa de óstias etiquetadas com nomes de órgãos sexuais e uma pintura de duas crianças sugerindo que uma é travesti e a outra gay.
O Banco Santander disse em um comunicado no domingo que estava encerrando o Queermuseu, que abriu em 15 de agosto e deveria funcionar até o dia 8 de outubro na cidade de Porto Alegre.
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O deputado federal do Rio Grande do Sul, Marcel van Hattem, um dos líderes da campanha on-line, disse que fechar a exposição não era suficiente. Ele e outros críticos argumentam que ela foi parcialmente financiada por incentivos fiscais e quer que o Santander pague cerca de US $300 000 de volta aos cofres públicos.
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O secretário de Cultura de Porto Alegre, Luciano Alabarse, disse que o encerramento “faz todo mundo perder”.
“Se há peças controversas, que haja uma seção que não possa ser acessada por crianças”, disse Alabarse à Rádio Gaucha. “O que está em jogo aqui é a liberdade de expressão. As pessoas não querem mais diálogo. Elas querem ganhar no grito”.
O Movimento Brasil Livre, uma organização conservadora que liderou a campanha nas redes sociais, negou que estivesse praticando censura à arte.
“O Santander usou fundos públicos para financiar uma exposição com pedofilia e bestialidade. A sociedade brasileira organizada repudiou isso, e o banco, temendo perder clientes, cancelou”, disse o MBL no Facebook. “É um boicote que funcionou”.
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