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Fanáticos religiosos tentam censurar palestra de Dráuzio Varella em colégio de SP

 

Do Estadão:

Uma palestra sobre gênero e sexualidade oferecida aos pais de alunos do Colégio São Luís, tradicional escola católica da capital, provocou polêmica nas redes sociais e fez a instituição de 150 anos ser alvo de críticas de internautas, que chegaram a organizar um abaixo-assinado online contra o evento. A repercussão levou o reitor do colégio, padre Carlos Alberto Contieri, a enviar uma carta aos pais, prestando esclarecimentos, mas ressaltando que a atividade seria mantida.

O convite para a palestra, ministrada pelo médico Drauzio Varella, foi publicado na página do colégio no Facebook na segunda-feira. O evento faz parte de uma série de conferências voltadas para pais de estudantes do 6.º ano do ensino fundamental ao 3.º ano do ensino médio sobre temas diversos, como bullying, drogas e internet. O colégiotem mais de 2,5 mil estudantes.

Após a postagem do evento, alguns internautas começaram a acusar o colégio de promover a chamada ideologia de gênero. As críticas eram minoria. A maioria dos mais de 2 mil comentários era de pais de alunos parabenizando o colégio pela iniciativa e reprovando o posicionamento dos que discordavam do evento.

As críticas, porém, não ficaram restritas às redes sociais. No site O Fiel Católico, ligado à Fraternidade Laical São Próspero, um texto fazia a mesma acusação ao colégio e criticava Varella. Pedia que os católicos incomodados enviassem e-mail para a Arquidiocese de São Paulo, solicitando que o evento fosse cancelado.

Os críticos também criaram uma petição online endereçada à Rede Jesuíta de Educação e à Comissão de Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nela, afirmam que a palestra vai “promover a agenda de gênero – cultura de morte, assim são João Paulo II chamava –, que já foi condenada pelo Santo Padre o Papa Francisco, por atacar à identidade humana naquilo que o ser humano tem de mais belo, a sexualidade”.

Até as 23h30 desta quinta-feira, a petição já contava com 1,8 mil das 2 mil assinaturas almejadas pelos organizadores.

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