Lula diz que não disse o que a Folha disse que disse sobre reação de Dilma no caso Petrobras
Segundo a Folha, numa reportagem à base de ‘off’ — em que ninguém fala oficialmente — Lula teria achado desastrosa a reação de Dilma no caso da desastrosa compra da refinaria em Pasadena pela Petrobras.
Textos em off têm, naturalmente, menor credibilidade do que aqueles em que as fontes são nomeadas, um tema sobre o qual a ombudsman da Folha se pronunciou recentemente.
Ao agir “por impulso”, ela teria chamado a atenção para um assunto de repercussão limitada, diz a reportagem da Folha.
No total, o negócio custou US$ 1,18 bilhão à empresa brasileira, valor quase 27 vezes superior ao que a Astral Oil, dona anterior da refinaria, pagou em 2005.
Através de seu instituto, Lula desmentiu a Folha e disse tratar-se de “invencionice”.
São dias turbulentos para a Petrobras. A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, envolvido diretamente na compra da polêmica refinaria.
A prisão não tem ligação com Pasadena.
A Operação Lava Jato, da PF, identificou a participação de Paulo Roberto em esquema de lavagem de dinheiro e o relaciona a um “plano de negócios com a Petrobrás” para venda de glicerina de uso industrial que seria intermediada por ele.
Paulo Roberto, que se desligou da Petrobrás em março de 2012, é investigado pelo Ministério Público Federal no Rio por irregularidades na compra da refinaria.
Ele foi um dos responsáveis por elaborar o contrato da compra e ajudou a fazer o “resumo técnico” de 2006 criticado por Dilma por não trazer cláusulas do contrato que iriam transformar o negócio de Pasadena num problema para a Petrobrás.
A prisão não tem relação com as suspeitas de irregularidades na compra da refinaria.
O executivo atuou na Petrobrás por indicação do PP e do PMDB, da ala do partido ligada ao senador José Sarney.
A Lava Jato desmontou organização criminosa acusada de lavagem de recursos ilícitos no montante de R$ 10 bilhões. A investigação mostra relações próximas do ex-diretor da Petrobrás com o doleiro Alberto Youssef, condenado no caso Banestado – remessa de US$ 30 bilhões para o exterior nos anos 1990.
A ordem de prisão temporária contra Paulo Roberto foi decretada pela Justiça Federal no Paraná. Na segunda feira, a PF fez buscas na residência do executivo, no Condomínio Rio Mar IX, Barra, e apreendeu em seu poder US$ 181.485, R$ 751.400 e 10.850 euros em dinheiro vivo.
A investigação da PF revela que Youssef presenteou o executivo com uma Land Rover, em março de 2013. O carro foi encontrado no mesmo endereço onde a PF localizou todo o dinheiro em espécie.
Paulo Roberto alega que ganhou o veículo por “serviços de consultoria”.
