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Impacto do calote argentino no Brasil divide especialistas

O impasse jurídico que levou a Argentina à situação de ‘calote técnico’ poderá afetar ainda mais o comércio bilateral com o Brasil, que já estava em queda, segundo analistas argentinos e europeus ouvidos pela BBC Brasil.

A situação ocorreria por problemas internos da Argentina que poderiam ser intensificados, como o aprofundamento do quadro recessivo, queda das importações e a limitação de dólares e crédito para financiamento de compras do exterior.

O governo argentino anunciou na quarta-feira que não havia fechado acordo com os chamados ‘fundos abutres’, que recusaram a renegociação da dívida do país e cobram pagamentos no valor de US$ 1,3 bilhão. É o segundo calote argentino em 13 anos.

O Brasil é o principal sócio comercial da Argentina e esta é o terceiro parceiro comercial brasileiro.

Em termos anuais, dependendo do ritmo daqui para a frente, o montante de negócios poderá ficar abaixo dos US$ 36 bilhões registrados no ano passado, um dos melhores no histórico bilateral.

Não há consenso, entre os analistas ouvidos pela BBC Brasil, sobre o quanto o calote argentino poderia intensificar esses fatores negativos.

“(A queda no comércio) vai continuar. Mas não deve haver reduções abruptas”, acredita Wilber Colmerauer, diretor da corretora Brazil Funding, em Londres. “A Argentina já vem perdendo importância como parceiro comercial do Brasil.”

Os mercados financeiros já vinham assimiliando o problema há bastante tempo, apesar de ainda haver aposta em um acordo. Assim, o calote pode não ser grande novidade e a probabilidade de que o Brasil e outros países latino-americanos sejam afetados ficaria reduzida.

“A Argentina está totalmente fora do mercado financeiro internacional. Por isso o impacto do calote será pequeno”, disse.

Saiba Mais: bbc