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Janot condena partidarização da Justiça

Do globo:

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez um apelo nesta terça-feira para que procuradores e promotores atuem dentro dos limites institucionais, evitem radicalização e partidarização de investigações criminais. Num movimento oposto ao do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, Janot pede aos colegas que mantenham a serenidade, valorizem a unidade interna e não dêem guarida às paixões das ruas, que estariam ameaçando levar o país a desintegração social.

“Não podemos permitir que as paixões das ruas encontrem guarida entre as nossas hostes. Somos Ministério Público. A sociedade favoreceu-nos, na Constituição, com as prerrogativas necessárias para nos mantermos alheios aos interesses da política partidária e até para a defendermos de seus desatinos em certas ocasiões. Se não compreendermos isso, estaremos não só insuflando os sentimentos desordenados que fermentam as paixões do povo, como também traindo a nossa missão e a nossa própria essência”, disse Janot.

O procurador-geral fez o apelo numa mensagem de quatro páginas endereçadas aos membros do Ministério Público. No texto, intitulado União e Serenidade, Janot pede que procuradores evitem personalismo e messianismo e, num recado direto aos investigadores da Operação Lava-Jato, disse que a investigação é importante e necessária, mas não pode ser vista como a solução dos problemas do país. Segundo ele, a operação “não salvará” o Brasil.

“Conclamo todos os membros do Ministério Público ao cumprimento dos seus deveres para com país. Devemos dar combate incessante à corrupção, seja onde for e doa a quem doer, mas há de se preservar sempre as instituições. A Lava Jato certamente não salvará o Brasil, até porque se tivéssemos essa pretensão, já teríamos falhado antes mesmo de começar.”

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