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Marco Aurélio nega influência de protestos em decisão de afastar Renan: “Precisamos de correção de rumos”

Do Jota:

 

JOTA – Ministro o que motivou a decisão de afastar o senador Renan Calheiros da Presidência do Senado?

Marco Aurélio – Surgiu um fato novo que é o fato de o senador ter se tornado réu no STF depois do pedido de vista do ministro Toffoli [ no julgamento que discute se alvo de ação penal pode ocupar a linha sucessória da presidência].  Mas, veja, não o afastei do mandato, o afastei da cadeira de presidente.

O senador Renan não tem mais condições de presidir o Senado?

Veja, está na Constituição que, está lá, que réu não pode ocupar a linha de sucessão da Presidência. Já pensou em ele assumindo a Presidência durante a viagem do presidente e a impossibilidade do presidente da Câmara j[á que não temos vice-presidente? Que tal? Se o presidente da República, se o STF receber denúncia, ele é afastado, então, alguém que não é titular também tem deve ser.

As manifestações de rua que pediram a saída de Renan influenciaram a decisão do senhor?

Não, não, não. Se o ministro Teori Zavascki não tivesse levado a liminar que afastou o [ex-] deputado Eduardo Cunha e [e adiou a análise da ação que discutia se réu pode ocupar linha sucessória] já teria sido apregoado que réu não pode mais ocupar a linha de sucessão da Presidência. É a mais absoluta coerência.

 

(…)

A decisão do senhor não amplia o momento de crise que o país enfrenta?

A crise é profunda no campo da economia e financeira e precisamos de correção de rumos.

Essa decisão sobre Renan ajuda nessa correção de rumo?

Sim. Só correções de rumo garantirão dias melhores. Essa decisão ajuda a revelar que a Constituição precisa ser mais amada.