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MP abre inquérito contra secretário de Alckmin criador do movimento “Endireita Brasil”

Do Estadão:

 

O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito de improbidade administrativa contra o secretário estadual de Meio Ambiente, Ricardo Salles, e duas funcionárias da secretaria por possível interferência no processo de elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea do Rio Tietê.

O plano, aprovado no último dia 31 de janeiro no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), sofreu, desde agosto do ano passado, depois que Salles assumiu a pasta, alterações na minuta e em pelo menos seis mapas que modificaram o zoneamento da área protegida, deixando parte dela mais permissiva a atividades industriais e minerais.

Segundo a investigação, essas alterações foram feitas sem nenhuma justificativa – depois de os mapas originais terem sido aprovados pelo Conselho Gestor da APA – e houve pressão para que elas passassem despercebidas.

A divulgação da abertura do inquérito foi feita nesta sexta-feira, 17, em entrevista coletiva pelos promotores Silvio Marques, da promotoria de Patrimônio Público e Social, e Leandro Leme, do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema)/Cabeceiras. Marques classificou as mudanças como “maliciosas” por “permitir que empresas se beneficiassem”. Não foi divulgada, porém, qual empresa poderia estar se beneficiando.

Conforme o Estado apurou, as mudanças foram solicitadas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) à Secretaria do Meio Ambiente, que pressionou no final do ano passado o então coordenador do Setor de Geoprocessamento e Cartografia da Fundação Florestal, Victor Godoy da Costa, a fazer as mudanças. O técnico, que pediu demissão depois do que ocorreu, prestou depoimento ao MP no início do mês relatando as pressões e entregando cópias dos e-mails com provas. Ele também falou com exclusividade ao Estado no início desta semana.

Costa relatou que as duas funcionárias da Secretaria do Meio Ambiente também citadas na investigação, primeiramente Fernanda Lemes, coordenadora do Núcleo de Manejo, e depois Maria Emília Menezes Shimura, coordenadora do núcleo de Regularização Fundiária, o procuraram pedindo para ele fazer alterações no zoneamento de algumas áreas do plano.

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