Apoie o DCM

O acervo de Lula: quase tudo “quinquilharia”, admite o UOL

Do tijolaço:

Embora absurda, é reveladora a matéria do blog de Fernando Rodrigues, feita por quem teve acesso ao inventário do famoso “acervo presidencial” de Lula, cuja guarda está sendo usada como “prova” (ou convicção, passou a dar no mesmo).

A começar pelo fato de quem examinou todo o material chamá-lo (eu grifei) de “quinquilharia”.

Um levantamento minucioso foi apresentado pelo diretor do Instituto Lula, Paulo Okamotto, ao juiz Sérgio Moro. São 987 páginas de fotografias e uma planilha de 1.032 páginas descrevendo todos os itens.

O material entregue por Okamotto é possivelmente a mais detalhada descrição já feita da “tralha” de Lula, como o próprio petista se refere ao acervo. Acesse ao final deste post a planilha que descreve os itens e mostra as fotografias das peças, na íntegra.
A quinquilharia está no centro de uma das denúncias dirigidas pela força-tarefa da Lava Jato ao ex-presidente.

A matéria faz questão de destacar uma peça para sensacionalismo: um fuzil AK-47, pregado a uma placa de madeira e certamente inutilizado, como ocorre com peças de exibição como estas, usado na guerra civil de El Salvador. Fiquei pensando na espingarda Itajubá 32, de ferrolho, que minha ex-mulher herdou do sítio do pai, se seria também um escândalo.

Mas o mais interessante é a historia de que “a coleção tem alguns objetos valiosos”, seguida da observação de que a palavra ouro aparece 40 vezes. O que aparece é “ouro” e “dourado” e ainda assim, em quase tudo, medalhas, insígnias, colares e outras condecorações.

Rodrigues talvez não tenha percebido, mas entre o que chama de “jóias” está uma dada por Aécio Neves, o colar da Medalha da Inconfidência.

O relatório mostra a vileza da exploração desta história do acervo. Queriam que Lula colocasse tudo no fundo de uma garagem de amigos? Ou que vendesse as comendas e medalhas no Mercado Livre?

Fernando Henrique também guardou os seus até fazer seu museu – não sei se ele próprio está catalogado entre as peças – e duvido que ele tenha pago o armazém com a aposentadoria de professor da USP.