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Primeiro réu do Mensalão Mineiro é condenado

O ex-diretor do Banco Rural, Nélio Brant Magalhães, foi sentenciado pela Justiça Federal em Minas a nove anos e nove meses de prisão por participação no chamado mensalão mineiro. Trata-se da primeira condenação relativa ao esquema de desvio de recursos públicos para a campanha à reeleição do ex-governador de Minas Gerais e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Brant foi condenado pelos crimes de gestão fraudulenta e gestão temerária de instituição financeira em um dos processos desmembrados do caso. Na sentença, a juíza Camila Franco e Silva Velano, da 4ª Vara Federal em Belo Horizonte, ressaltou a semelhança do esquema que funcionou em Minas com o mensalão federal julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

“Mesmo que a fraude aqui narrada refira-se ao chamado mensalão mineiro, não se pode dissociar as condutas dos dirigentes do Banco Rural neste esquema daquelas descritas no mensalão apurado no STF. Isto porque o que se nota na narrativa do MPF é que aquela instituição, desde 1998, por meio do mesmo modus operandi, concedeu empréstimos fraudulentos às empresas ligadas ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza com vistas ao repasse de recursos a partidos políticos”, observou.

Segundo o MPF, o mensalão mineiro envolveu empréstimos fraudulentos e desvio de recursos de órgãos e empresas estaduais para financiar a reeleição de Azeredo, então governador de Minas. A condenação ocorreu em uma das cinco ações que tramitam na Justiça Federal em Minas. O mensalão mineiro resultou ainda em ações penais na Justiça Estadual – entre os réus, Marcos Valério e o ex-ministro Walfrido dos Mares guia – e no STF – contra Azeredo e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), que possuem foro privilegiado. O ministro Luis Roberto Barroso é o relator do caso e pretende por o processo em pauta no ano que vem.

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