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Primo de Anastasia e mais 14 viram réus por lavagem de dinheiro em MG

Do Valor:

 

O ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Narcio Rodrigues e mais 14 pessoas, incluindo o primo em primeiro grau do ex-governador e atual senador Antonio Anastasia (PSDB), Waldemar Anastasia Polizzi, se tornaram réus sob acusação de crimes como fraude a licitação, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e por atrapalhar investigação criminal.

Rodrigues foi secretário de Ciência e Tecnologia da gestão Anastasia (2010-2014) e as apurações apontam que ele teria recebido mais de R$ 1 milhão em propina para financiar campanhas eleitorais em 2012. O ex-governador não é investigado.

Sete dos 15 réus estão presos há um mês, desde que foi deflagrada a Operação Aequalis, que apura um esquema de desvio de recursos públicos em obras e equipamentos para o centro de pesquisas mineiro “Cidade das Águas”, da Fundação Hidroex, localizado em Frutal (MG).

Com mandado de prisão, o empresário português Bernardo Ernesto Moniz da Maia, do grupo Yser, é considerado foragido e, segundo o Ministério Público, está fora do país.

Investigações da Promotoria e da CGE (Controladoria-Geral do Estado) encontraram irregularidades na construção do “Cidade das Águas” e também na compra de equipamentos. De acordo com os órgãos, houve desvios de R$ 8,7 milhões nas obras do centro, que eram feitas pela empreiteira CWP (Construtora Waldemar Polizzi).

A CWP pertencia a parentes de Anastasia até quatro meses antes de ele assumir o governo em 2010, e o primo em primeiro grau do hoje senador, Waldemar Anastasia Polizzi, continuava como responsável técnico pelas obras quando a empresa venceu a licitação para erguer a “Cidade das Águas”. Polizzi não foi preso.

A Promotoria e a CGE ainda apontam que houve um esquema de propina para a compra de materiais para a Hidroex que beneficiaria o grupo Yser, um dos maiores de Portugal. Os contatos de Rodrigues com a empresa, segundo o Ministério Público, foram feitos por meio de Odo Adão Filho, suposto operador do esquema.

Segundo o promotor William Garcia Pinto Coelho, depois de descobrirem que estavam sendo investigados, houve tentativa de fraudes de documentos e obstrução da investigação, o que justificou os pedidos de prisão.

Além de Rodrigues e Polizzi, tornaram-se réus Vicente Gamarano (então secretário-adjunto), Neif Chala (ex-funcionário da pasta), Odo Adão Filho, membros da Yser, da CWP e funcionários do governo. Todos negam as acusações.