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Professores contam como estão aplicando no Brasil o que aprenderam na Finlândia

Da BBC:

Todos saíram do Brasil com destino à Finlândia. Alguns, inclusive, decolaram no sol da Paraíba e desembarcaram em meio a muita neve em Helsinque.

Mas nenhum dos professores brasileiros que foram fazer um treinamento em Educação no país nórdico reclamou do frio. Em conversa com a BBC Brasil, eles falaram, empolgados, sobre como estão implementando – ou pretendem implementar – o que aprenderam no país nórdico em suas salas de aula tropicais.

Damione Damito, por exemplo, criou um podcast para divulgar as práticas que viu na Finlândia para os colegas.

“Muitos me escrevem contando que, em um determinado ponto do programa, pensaram: ‘Espera, essa é a minha realidade também, acho que dá, sim, para fazer na minha sala de aula'”, conta Damito, que é professor do Instituto Federal de São Paulo.

Os brasileiros também elogiaram o fato de o sistema educacional finlandês se preocupar, segundo eles, mais com a autoestima e o avanço individual de cada aluno do que com a posição do país nos rankings internacionais de educação.

Abaixo, um depoimento:

‘Aprendi que professores são mais facilitadores da aprendizagem do que detentores absolutos do conhecimento’ – Alexandre D’Andrea, professor do do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, em João Pessoa, viajou pelo projeto Giramundo.

“Um ponto importante que aprendi na Finlândia é que os professores atuam mais como facilitadores do processo de aprendizagem do que propriamente como detentores absolutos do conhecimento. Eles guiam os alunos, que têm liberdade de escolher as disciplinas pelas quais mais se interessam e desenvolver diversos trabalhos extraclasse.

Também me chamou a atenção o que eles chamam de positive feedback, ou reforço positivo, no qual os alunos desde cedo são encorajados a mostrarem as suas habilidades para os colegas e para o professor, aumentando gradativamente a sua autoestima. Com isso, ganham independência e autonomia na vida adulta e se tornam profissionais mais criativos e produtivos.

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Aqui no Brasil estou aprimorando a adoção do chamado PBL, usando um problema ou fenômeno como ponto de partida para o desenvolvimento de habilidades e competências na sala de aula ou fora dela, como em visitas de campo.

Também tenho trabalhado com grupos de estudantes desenvolvendo projetos em ambientes naturais, como florestas e áreas protegidas. Além disso, faço palestras na região metropolitana de João Pessoa para multiplicar meu aprendizado para outros professores da rede pública.”