Promotor que incitou violência policial investigará PMs acusados de execução em SP
Da EBC e do DCM:
A Corregedoria da Polícia Militar vai solicitar ainda hoje (14) a prisão preventiva de seis policiais acusados de participar de uma execução de Fernando Henrique da Silva no último dia 7. Ontem (13), dez PMs já haviam sido detidos administrativamente para serem ouvidos sobre o crime.
As imagens, feitas pelo celular de uma testemunha, mostram um policial jogando o suspeito rendido de um telhado no Butantã, zona oeste da capital paulista. “É aquela pessoa que é algemada no teto de uma casa, jogada para o local onde estavam os policiais militares aguardando. E ali, ela é executada”, ressaltou o promotor Rogério Zagallo, que acompanha o caso.
Na sexta-feira (11), cinco policiais militares do 23º Batalhão da Polícia Militar de São Paulo haviam sido presos por um crime correlato, o assassinato de Paulo Henrique de Oliveira. As vítimas teriam sido mortas após praticar um roubo de moto e tentar fugir dos policiais. Os acusados de envolvimento nos crimes devem ser indiciados por homicídio qualificado e fraude processual.
Imagens de câmeras de segurança mostram Paulo Henrique se entregando, inclusive levantando a camisa para mostrar que não estava armado. Em seguida, ele é colocado contra um muro, fora do alcance da câmera, momento em que teria sido morto. O vídeo mostra um dos policias pegando uma arma na viatura para, de acordo com Zagallo, forjar um confronto e justificar a morte do suspeito.
“No 51º DP [Distrito Policial], eles registraram uma ocorrência completamente mentirosa de que as duas mortes teriam acontecido em trocas de tiros. Quando, na verdade, o que ocorreu foram duas execuções covardes e cruéis”, enfatizou o promotor. De acordo com o ele, as prisões provisórias valem por 30 dias, e podem ser prorrogadas por mais um mês.
Em 2011, Zagallo pediu o arquivamento de um inquérito sobre um caso em que um policial civil matou um suspeito que teria tentado roubar seu carro. Escreveu: “Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer. Lamento que tenha sido apenas um dos rapinantes enviado para o inferno. Fica o conselho ao [policial] Marcos Antônio: melhore sua mira”.
Dois anos depois, numa série de reclamação sobre os protestos, imortalizou seu perfil no Facebook: “Alguém poderia avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial”.
