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“Psol não aceita impeachment vindo da direita”, diz Luciana Genro

Do povo:

A ex-candidata à Presidência da República pelo Psol, Luciana Genro, afirmou ao O POVO, durante entrevista na tarde de ontem, que o seu partido não vai aceitar impeachment “vindo da direita” contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Para a socialista, não faz sentido “tirar o lobo pra botar o leão”, fazendo referência a uma provável saída de Dilma do comando do Palácio do Planalto para ser substituída pelo vice-presidente, Michel Temer (PMDB)

Caso o processo de deposição da petista venha a ocorrer, Luciana defende novas eleições com novas regras políticas. “Temos eleições muito injustas. Eu tinha pra gastar na minha campanha inteira o que a Dilma e o Aécio tinham pra gastar em 24 horas na campanha deles”, criticou.

Apesar de citar a possibilidade de impeachment, Genro não acredita na possibilidade, mesmo com parte da oposição ensaiando um discurso nesse sentido após a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Para ela, “nenhum setor da burguesia hoje deseja a saída de Dilma porque ela está aplicando um plano econômico para os interesses das classes dominantes, dos bancos, das grandes multinacionais”.

Defendendo uma saída da crise política pela esquerda, Luciana acredita que as mobilizações populares em torno do que chamou de demandas concretas podem ser a saída para o momento delicado na política nacional. “São demandas em torno dos investimentos na saúde, do preço da passagem de ônibus, do aumento da conta de luz, do emprego, do salário, da luta contra o PL (projeto de lei) das terceirizações, etc”.

Quarta colocada na eleição presidencial do ano passado, Luciana visitou o Ceará para participar de um debate realizado na noite de ontem na Praça da Gentilândia. Intitulado de “Por liberdade e por direitos: a saída da crise é pela esquerda”, o debate pautou-se em críticas contra a retirada de direitos e avanço nas pautas ditas conservadoras no Congresso Nacional.