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Ricardo Teixeira “ajudou” a Globo em transação de US$ 200 milhões com a Fifa, diz livro de consultor

Do livro “Glória e Vergonha: memórias de um consultor de crises”, do consultor político e empresarial Mário Rosa. A obra está sendo publicada em capítulos no Uol:

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Lá por 2007, o projeto embrionário da Copa no Brasil começou a se tornar irreversível. Em 2008, ele [Ricardo Teixeira] me nomeou diretor do Comitê Organizador da Copa. Era responsável pelas relações institucionais e só me reportava a ele. Participei de todas as conversas dele com todos os governadores, prefeitos, ministros e o presidente da República nesse período. Viajamos o Brasil todo, com grande cobertura de mídia.

As relações de Ricardo com a rede Globo, antes fraturadas, já haviam sido recompostas com uma engenhosa articulação comandada por ele. Forte como estava na Fifa, a emissora brasileira só poderia recorrer a ele para solucionar um problema milionário. É que a Globo havia comprado e pago com antecedência os direitos de transmissão para as Copas seguintes da agência credenciada pela Fifa, a ISL. Mas a ISL havia quebrado e a Fifa não era necessariamente obrigada a reconhecer essa transação. Ricardo trabalhou duro e fez a Fifa reconhecer o negócio. Isso tirava uns 200 milhões de dólares de negativo do balanço da Globo, um número estratosférico então, já que a empresa devia dez vezes isso. Com uma única tacada, Ricardo transformou em pó 10% do débito da empresa.

Logo depois, foi recebido pela família Marinho num jantar formal na chamada Casa dos Flamingos, onde vivera o patriarca e fundador do império.

Os problemas do passado eram página virada.

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