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UFSC afasta corregedor que investigou reitor e instaura sindicância

 

Do Diário Catarinense:

Considerado testemunha-chave nas investigações da operação Ouvidos Moucos, que resultou em buscas e prisões temporárias de pessoas ligadas à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o corregedor-geral da universidade, Rodolfo Hickel do Prado, foi afastado das funções nesta sexta-feira. A decisão foi assinada pelo chefe de gabinete da reitoria, Áureo de Moraes, em portaria publicada no boletim oficial da UFSC. O afastamento do corregedor vale por 60 dias.

A portaria determina a formação de uma comissão de processo administrativo disciplinar para “apurar fatos relatados no processo”, em referência ao processo recém-aberto aos cuidados da própria chefia de gabinete. A comissão também terá 60 dias para iniciar e concluir os trabalhos.

Procurado pela reportagem nesta sexta-feira, o chefe de gabinete não comentou do que se trata o processo aberto contra o corregedor. Ele também não soube dizer como fica o andamento do processo que, internamente, apura as mesmas irregularidades investigadas pela Polícia Federal e estava aos cuidados do corregedor afastado. A reportagem tentou contato com o corregedor Rodolfo Hickel do Prado na noite desta sexta-feira, mas não conseguiu localizá-lo.

Prado teve participação decisiva nas investigações da Polícia Federal por ter afirmado que o ex-reitor da universidade, Luiz Carlos Cancellier, agiu de forma a interferir na apuração interna que a corregedoria realizava. O corregedor disse ter recebido diversos tipos de pressão, como ser rebaixado a uma função comissionada menor, além de ter sofrido ameaças de exoneração.

Em um ofício enviado à PF antes de a operação Ouvidos Moucos vir à tona, Prado chegou a pedir o afastamento do reitor, fato que se confirmou na ação da Polícia Federal. Cancellier e outras seis pessoas investigadas chegaram a ficar presas por um dia, em setembro. O reitor cometeu suicídio no último dia 2.

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