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“Você matou a mamãe”, disse filho do atirador de Campinas antes de ser também executado

Da folha:

O pai do atirador Sidnei Araújo, 46, autor de uma chacina que matou 12 pessoas em Campinas, na noite de Réveillon, diz que está abalado.

Arnaldo Araújo, 74, disse à Folha que o filho, que trabalhava como técnico de laboratório, era tímido e muito retraído. “Ele sempre foi assim. Ninguém sabia pelo o que ele estava passando.”

O pai ainda busca explicações sobre o que teria levado o filho a cometer o crime. “”O Sidnei era um amor de pessoa. Não bebia, não fumava. Nunca havia entrado em uma delegacia até passar por isso.”

Arnaldo também relata estar triste pela família de Isamara, 41, a ex-mulher de Sidnei, também morta na chacina. “Sinto pelo meu lado, mas pelo deles também.”

O corpo de Sidnei foi velado no Cemitério Municipal de Jaguariúna, na manhã desta segunda-feira (2). O enterro do corpo ocorreu às 9h27 sob muita emoção de familiares e amigos que estiveram no local.

(…)

O crime ocorreu no final da noite deste sábado (31), faltando poucos minutos para a virada do ano. O atirador chegou de carro, pulou o muro da casa e começou a atirar.

O alvo principal era Isamara Filier, 41, sua ex-mulher, que também foi atingida e morta pelos disparos. Ela estava separada de Sidnei, que não aceitava o fim do casamento, há cerca de três anos. Parentes do técnico de laboratório dizem que ele se queixava de não poder ver o filho.

A dona da casa onde ocorria a festa de Réveillon era tia de Isamara e também morreu.

Um adolescente de 17 anos que saiu ileso da chacina detalhou em depoimento à polícia como o crime ocorreu. Ele disse que pensou, no início, que o barulho dos tiros era de fogos de artifício.

Só percebeu que seus parentes estavam sendo mortos quando viu um tio caído no chão. Ele perdeu a avó e a mãe na chacina. O pai dele seguia hospitalizado em Campinas.

Escondido no banheiro, o adolescente conseguiu acionar a polícia por telefone e ouviu Sidnei ameaçar Isamara antes de matá-la. “Vou te matar. Você tirou meu filho”, disse Sidnei, segundo relato da testemunha.

O jovem de 17 anos também ouviu o desespero do filho do atirador diante da mãe que acabara de morrer: “Você matou a mamãe.” Depois disso, complementou o adolescente em depoimento, dois tiros foram ouvidos -possivelmente os disparos que mataram o menino de 8 anos.