Estadão apela para fake news, diz que Temer “não compra o Congresso” e desmente o próprio Estadão

Atualizado em 31 de outubro de 2017 às 12:01

O que não fazem as verbas públicas de publicidade aliadas às fake news. O Estadão obrou um editorial muito louco intitulado “O custo da governança”.

“A oposição ao governo de Michel Temer costuma acusar o presidente de ‘comprar’ o apoio de partidos e parlamentares com verbas e cargos, já que, com baixa popularidade, não conseguiria governar de outra forma. Teria sido assim, segundo essa acusação, que Temer obteve os votos necessários na Câmara para escapar das denúncias de corrupção”, diz o jornal dos Mesquitas.

“O problema dessa versão é que ela é falsa”. Ora, ora, ora! Como assim??

Ficamos sabendo que o cientista político Carlos Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas, “ajudou a desenvolver um método para mensurar a eficiência do governo na sua relação com o Congresso”.

Pereira fez uma conta de chegada para fazer um tal Índice de Custos de Governo (ICG), em que Temer brilha com apenas 15,4 pontos, contra monstruosos 88,1 de Dilma no segundo mandato e — parem as rotativas! — 90,6 de Lula.

É confuso, não faz menor sentido, mas a ideia é essa mesmo. Mark Twain dizia que “há três tipos de mentiras: mentiras, mentiras terríveis e estatísticas”.

O próprio Estadão se desmente. Em 25 de outubro, deu uma matéria revelando que o custo para barrar as duas denúncias criminais contra Temer chegava a R$ 32,1 bilhões.

“Essa é a soma de diversas concessões e medidas do governo negociadas com parlamentares da Câmara entre junho e outubro”, conta o texto.

“Sem dinheiro para pagar o compromisso de fato e perto de liberar todas as emendas disponíveis, o Planalto passou a negociar em outras frentes”.

Temer “decidiu dar descontos de 60% em multas ambientais e transformar os pagamentos em compromissos de gastos dos entes privados com reflorestamento e conservação do ambiente. A medida pode tirar dos cofres mais de R$ 2,7 bilhões”.

A partir de agora, essa grana não é para manter gente como Wladimir Costa na coleira com suas tatuagens, mas para a “governança”.

O professor Carlos Pereira, autor do estudo, é uma figurinha manjada. Em 2016, cravou que “o futuro do PT” estava “em risco” e que “a possibilidade de o partido se desagregar ou acabar aumenta”.

Ele aparece com destaque entre os “especialistas” do Instituto Millenium. Também denunciou “a maldição do pré-sal”.

O impeachment era “o melhor cenário”, segundo Pereira. “O ensinamento seria maior com a ruptura”. Etc etc.

O Estadão conta com a má fé e a burrice de seus leitores para tentar enfiar goela abaixo deles que o ladrão de plantão, “em situação bem mais adversa, tem sido mais eficiente que seus antecessores petistas”.

O deputado Carlos Marun concorda em gênero, número e grau. Principalmente em número.

Tudo está no seu lugar, graças a Deus.

https://www.youtube.com/watch?v=FOO7ANqJDs0