Gleisi resumiu tudo: o Senado não tem a menor autoridade moral para julgar Dilma. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 25 de agosto de 2016 às 11:51
Certíssima
Certíssima

 

A senadora Gleisi Hoffmann sintetizou, na abertura do julgamento final do impeachment no Senado, a grande questão nacional.

Que autoridade moral têm os senadores para julgar Dilma?

Nenhuma.

E quem aparece para defender a autoridade dos senadores? Ele mesmo, o derrotado nas eleições, o corrupto blindado a partir de quem decorreu todo o projeto do golpe: Aécio.

Aécio, o rei das delações. O amigo dos donos da mídia. Aquele que deu dinheiro público para empresas de mídia de sua família quando governador de Minas. Aquele que construiu um aeroporto privado em terras da família.

Aquele que pilhou Furnas durante anos e anos.

Aquele que fugiu até de um teste de bafômetro por não estar em condições de enfrentar a verdade.

Não.

O Senado não tem moral para julgar Dilma.

Muito menos o Câmara tinha moral para aprovar o impeachment. Era Eduardo Cunha no comando. Era um sindicato de corruptos na função de juízes.

Eram os 260 deputados que Eduardo Cunha disse que mantinha à base de propinas.

Não. Ora, todos sabemos que este Congresso foi eleito com o dinheiro da plutocracia. Foi o pior Congresso que o dinheiro pode comprar.

O Senado não tem moral. Assim como a Câmara não tinha.

E ainda assim Dilma está à beira do patíbulo.

Aécio conseguiu dizer que os senadores estão ali como “juízes”.

Ora, ora, ora.

Juízes?

Carrascos é a palavra. Juiz julga. Carrasco executa. Isto não é julgamento; é um circo, é uma farsa, é uma monstruosidade disfarçada de tribunal.

É uma vergonha o que está ocorrendo.

O Senado não tem a menor condição moral de julgar Dilma.

O resto é silêncio, para evocar as grandes palavras de Shakespeare.