Holiday, do MBL, é contra cotas para negros, mas para caixa 2 estão liberadíssimas. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 13 de março de 2017 às 19:12
Holiday subjugado diante de mestre Eduardo Cunha
Holiday e mestre Cunha

 

Fernando Holiday, um dos líderes do MBL (como se reproduzem? onde vivem? de que se alimentam?), é um crítico ferrenho das cotas para negros como ele, mas aceita de bom grado cota em dinheiro para o caixa 2.

O furo é do BuzzFeed.

De acordo com o site, sua campanha pagou cabos eleitorais em cash e não declarou na prestação de contas.

Holiday foi eleito vereador em São Paulo a bordo de um discurso anticorrupção, do antipetismo e do fato de ele, como negro e gay, dar “legitimidade” a pautas racistas e homofóbicas.

O movimento causa revolta em quem não faz parte da cúpula e não é de hoje. Alguém vazou para o BuzzFeed planilhas com os nomes de 26 cidadãos recrutadas para fazer panfletagem para FH nas avenidas Paulista e Faria Lima.

No esquema, eles recebiam a grana na praça de alimentação de um shopping na região. Tatiane Carvalho, uma das administradoras da página de Holiday no Facebook, fazia a “coordenação”.

FH ainda deu um chapéu nos pobres coitados. Prometeu um pixuleco extra se fosse eleito e sumiu.

Demagogo como seu ídolo João Doria, disse ter economizado 60% da verba de gabinete e 100% daquela para materiais (R$ 23 mil) em seu primeiro mês na Câmara. Fez um vídeo, para variar aos berros, contra o caixa 2.

A turma de Holiday fará, no dia 26, o primeiro protesto a favor da história. Sairão às ruas contra o Estatuto do Desarmamento, o Foro Privilegiado, o fim da Polícia Militar e favor da Lava Jato. “Fora Temer” está proibido.

Que nome dar a uma picaretagem dessa envergadura?

O fracasso lhe subiu à cabeça. Uma camiseta vendida na lojinha dos rapazes o coloca lado a lado com Martin Luther King, num dos maiores surtos de egolatria desde que Robert Plant subiu num telhado entupido de ácido lisérgico e gritou “eu sou um deus dourado”. Plant, ao menos, estava certo.

Holiday aprendeu com seus mestres de PMDB, PSDB e DEM só uma parte sobre a lição sobre ser esperto. Fascistoides como ele, moralistas sem moral, vão ajudar a eleger Lula. Depois, quando lhe cobrarem a fatura da palhaçada, é fácil: basta se vitimizar.