Janaína Paschoal agora é contra o impeachment. Por Mauro Donato

Atualizado em 28 de novembro de 2016 às 20:53
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“Nenhuma das argumentações podem ser comprovadas com base no que se sabe até o momento,” afirmou a advogada Janaína Paschoal referindo-se ao episódio mais que explícito do envolvimento de Michel Temer em favor de uma artimanha imobiliária de seu então ministro da Secretaria de Governo, e amigo, Geddel Vieira Lima.

Figura emblemática na armação do impeachment de Dilma Rousseff, para Janaína Paschoal os pedidos de um impeachment de Temer agora são ‘imaturos’.

Imaturos?

Diante de tamanhas evidências, dois pedidos de impeachment contra o presidente Temer serão protocolados hoje (dia 28). Um do PSOL e outro que será assinado por movimentos sociais. Para o PSOL houve crime de responsabilidade por descumprimento à lei de improbidade. “Temer constrangeu e ameaçou um funcionário subordinado, o que prova que estava arbitrando em favor de Geddel”, disse o líder do partido na Câmara, Ivan Valente.

O pedido assinado pelos movimentos sociais irá se basear ‘na prática da advocacia administrativa e no tráfico de influência’.

O governo Michel Temer não pararia em pé se não por iniciativas corporativistas, mas a advogada Janaína Paschoal agora não vê nada de errado. No mínimo deve concordar com a versão de Temer que disse ter entrado na questão em uma ‘tentativa de solucionar um conflito entre ministros’. Para Janaína, isso não exige girar a cabeleira desgrenhada numa encenação patética.

“Foi então que apareceu a Janaína Paschoal para fazer toda essa engrenagem em torno do pedido do Helio Bicudo. Tudo ficou aparelhado”, relatou ao DCM a ex-ativista da direita Daniela Schwery, confirmando o que há muito se sabia. Arrancar Dilma Rousseff da cadeira era um plano mais ardiloso que uma operação limpeza na corrupção.

Agora, mesmo com toda a campanha para anistiar caixa dois, repatriar recursos financeiros obtidos ilegalmente e enviados para fora também de maneira camuflada, a advogada profere um posicionamento sem arroubos de indignação. Por R$ 45 mil será que ela toparia ajudar a implodir a Ponte para o Futuro (classificada por FHC como pinguela)?

As gravações que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero deverá tornar públicas deverão implodir o governo golpista. Parlamentares da oposição começam a pressionar para que o conteúdo delas seja divulgado. O que importa saber é quando isso se dará.

O país tem 32 dias para resolver a questão considerando a possibilidade de eleições diretas, algo que beira o impossível. As eleições indiretas parecem garantidas e a turma que bancou a patacoada toda irá manter seus privilégios. Portanto, não contemos com a cover de Bruce Dickinson do Iron Maiden. Ela acha tudo isso ‘imaturo’.