Janaina Paschoal não é louca: é fascista. Por Nathali Macedo

Atualizado em 30 de abril de 2016 às 19:06

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O discurso de Janaina Paschoal – a advogada do golpe – também me inquietou. Não apenas pelos trejeitos exagerados, mas pelo conteúdo fascista típico da direita brasileira.

Mas também é preocupante a reação de alguns esquerdistas que tenho acompanhado nas redes sociais. Acusam-na de louca, desequilibrada, drogada, possuída.

Acusar uma mulher de louca porque ela está exaltada é machista, é desonesto e é incoerente, não importa a quem esta acusação seja dirigida: se a mim, à Presidenta ou a uma advogada golpista. Essa ofensa provém do mesmo machismo e dos mesmos conceitos pequenos.

Janaina Paschoal não está ou esteve possuída – aliás, a pomba gira é uma entidade da umbanda que merece o devido respeito. Também não está louca – se fosse um homem que estivesse em seu lugar, alguém o chamaria de histérico ou desequilibrado?

Ela é fascista. Ponto.

Ela convenceu-se de que a falta de eloquência de seu discurso vazio poderia ser sanada por gestos exagerados – exatamente como juristas incompetentes costumam fazer quando seus argumentos jurídicos inexistem.

Na falta de argumentos coerentes, apela-se para o bom e velho teatro do absurdo. E isso não é loucura, não é possessão, não é desequilíbrio: é apenas patético, e o seria de qualquer maneira, independente de gênero.

Nós não precisamos lançar mão de insultos machistas – como fez a IstoÉ – para desconstruir os argumentos de Janaina Paschoal. Assim como todos os argumentos pró-golpe, eles já nasceram mortos. Não precisamos descer tão baixo porque nós sabemos que a democracia está ao nosso lado – não importa quantas vezes rodopie uma fascista em busca de atenção.